segunda-feira, 20 de setembro de 2010

ACONSELHAMENTO PASTORAL, SOLIDÃO


SOLIDÃO, AJUDANDO AS PESSOAS A TER UM RELACIONAMENTO  INTIMO COM DEUS.

   A solidao ja recebeu titulo tais como:
- O problema mental mais comum dom mundo.
- Uma das mais universais fontes de sofrimento humano
- Estado quase permanente de milhoes de pessoas.
     Pode atingir a todos indistintamente, é um vazio interior que pode atingir as pessoas por alguns minutos ou durar a vida inteira.
     Segundo o sociologo Robert Weiss, um quarto da populaçao americana se sente sozinha em algum momento. Essa sensação afeta todas as pessoas em todas as idades, inclusive crianças. Atinge todas as culturas, porém é mais frequente em sociedades que estimulam o individualismo,  e em pessoas altamente ambiciosas e carreitistas, os lideres que estão na cúpula do poder, os trabalhadores compulsivos, e os conselheiros que passam a vida se dedicando dos outros mas não se relacionam com ninguém. Segundo uma pesquisa, os pastores enfretam muito mais solidão do que os cristãos leigos.
     Solidao é a constatação de que não temos constatos íntimos e significativos com outras pessoas é uma sensação de vazio, isolamento e anseio profundo. Mesmo cercado de pessoas, o solitario se sentem marginalizados, rejeitados, incompreendidos; sentem tristeza, desânimo, inquietação, ansiedade e desejo de ser querido por uma pessoa, mas se sente frustrado e incapaz de iniciar ou manter um relacionamento.
     Muitos solitários se subvalorizam devido a baixa auto-estima e pensam: “se ninguém me quer, então não devo valer mesmo muita coisa”. Muitos tentam encontrar alivio nos bares, grupos de encontros, reunioes da igreja, ou na bilionária industria da solidão.

A Solidão pode ser:
     Transitória e circunstancial: Ocorre quando amigos íntimos se mudam a separação, separação temporária de membros da família, desentendimento ou discussão, divórcio ou morte, saída de casa para estudar fora.
     Crônica e duradoura: É fruto da timidez, baixa auto-estima, auto-censura exagerada, pensamentos de auto-sabotagem tais como “não  posso ficar sozinha” ou “tenho que ser o ah ! da festa, etc.
     As vezes nos sentimos sozinhos no meio de uma multidão e, as vezes, mesmo sem niguém por perto nao nos sentimos sozinhos. Daí os psicólogos concluiram que a solidao é uma sensação interna e que não depende de ter ou nao pessoas por perto. Muitas vezes, essa sensação se manifesta quando separados de Deus e a vida parece não ter sentido.
     É importante distinguir solidao de isolamento. Na solidao somos forçados a ficar sozinhos; ela nos envolve e permanente em nós, causa sofrimento, dos deixa esgotados e insatisfeitos. As pessoas procuram conselheiros para falar da solidao.
     O isolamento é um retiro voluntario, pode ser iniciado e encerrado quando bem entendermos, pode ser estimulante, revigorante e agradável.

A BIBLIA E A SOLIDÃO
     No versículo de Gn 2.18, Deus disse: “não é bom que o homem esteja só. Por isso, criou-lhe uma auxiliadora. Porém, quando o casal caiu no pecado, sua comunicação com Deus foi rompida, e o egoismo e a tensão interpessoal entraram no relacionamento do casal e a solidão entrou na raça humana.
     A Biblia fala pouco, mas esse sentimentos aparece na vida de vários heróis bíblicos como Moisés, Jó, Neemias, Elias e Jeremias, Davi e até Jesus sentiu-se sozinho no Getsêmani; João terminou a vida sozinho e Paulo passou seus últimos dias na prisão.
     A Bíblia inteira fala que devemos cuidar uns dos outros como irmãos. A base de qualquer, solução para o problema da solidão é um relacionamento mais profundo com Deus.
AS CAUSAS DA SOLIDÃO

     1. Causas Sociais:
     Várias são as influencias sociais que aumentam a solidão:
     a) Tecnologia: Quando os valores importantes são a eficiencia, produtividade e a
conveniencia, sobra menos tempo para desenvolver relacionamentos mais profundos e agradáveis e estes tornam-se superficiais.
     b) Mobilidade: Os modernos meios de transportes facilitam o êxodo em busca de
melhores oportunidades de vida. Isso provoca a desagregação de famílias, dissolve amizades, levando as pessoas a evitarem relacionamentos.
     c) Urbanização: Com a aglomeração das populações a tendência é as pessoas
tornarem-sem cada vez mais retraidas. O medo e a criminalidade geram desconfiança, levando as pessoas a evitar qualquer proximidade.
     d) Televisão: Acentua o distanciamento entre as pessoas, na medida em que leva as
pessoas a ficarem sentadas diante da tela, praticamente sem dizer nada umas as outras, criando um ambiente propício para o isolamento.

     2. Causas Ligadas ao Desenvolvimento:
     a) Estabelecer Laços: As pessoas, especialmente as crianças precisam sentir intimamente ligadas a outros seres humanos. Quando separados dos pais crianças e jovens se sentem alienados e desligados e crescem se sentindo solitárias.
     b)Aceitação: A aceitação é expressa de várias maneiras, através de um toque, passando tempo com a pessoa, etc. Porem, quando essa pessoa é excessivamente criticada ou abandonada, elas se sentem desprezadas e inúteis, e muitas vezes solitárias.
     c) Adquirir Habilidades: Há pessoas que são socialmente desajustadas, são
insensíveis ás necessidades e aos sentimentos dos outros, apresentando sérias dificuldades de relacionar harmoniosamente. Isso produz rejeição frustração baixa auto-estima e solidão.
     A solidão é acentuado quando somos cercados de valores que não incentivam a proximidade a nossa sociedade tende a valorizar  mais coisas do que pessoas,  julgando pela aparência e pelo sucesso. Quem não é rico e bem sucedido é ignorado.

     3. Causas Psicológicas:
     Os solitarios cronicos chegam a conclusao de que nao ha nada que se possa fazer para melhorar sua situação, e por causa de sua maneira de pensar, afundam cada vez mais na solidão. Ela se manifesta mais nas pessoas que apresentam baixa auto-estima, dificuldade de comunicação, pensamentos derrotistas, falta de controle, hostilidade e medo.
    a) Baixa auto-estima: Quando temos uma opiniao ruim a respeito de nós mesmo, ou nós nos afastamos dos outros ou exageramos em nossas qualidades, interferindo em nossos relacionamentos. É dificil cultivar amizades quando temos pouca auto-confiança.
    b) Dificuldade de comunicação: Quando as pessoas nao estao dispostas a se comunicar ou nao sabem se comunicar direito, o isolamento e solidao podem acabar se tornando crônicos, mesmo cercado de pessoas.
    c) Pensamento derrotistas: Segundo um conselheiro suiço a solidao se instala porque:
- temos atitudes competitivas, como se esta fosse um meio de vida;
- temos atitudes individuais, nos tornando mais longe de Deus e dos outros;
- atitudes possessíveis, que nos leva a querer acumular o máximo de bens;
- atitudes de reivindicaçao que nos fazem lutar por direitos e exigir “justiça”.
Isso significa que a solidão pode ser provocada por nós mesmo.
    d) Falta de controle: O controle exercido sobre uma dada situação social é o que determina a diferença entre sentir-se solitário e estar sozinho.
    e) Hostilidade:  – As pessoas que demonstram com frequencia atitudes de violência e honestidade mesmo sorrindo. Assim, essas pessoas sentem ódio, e frustradas, tendem a se sentirem sozinhas.
    f) Medo: Segundo o autor, as pessoas constroem muro ao redor de si, ao invés de pontes, para manter as pessoas a distância. E fingindo-se imperturbáveis controladas. Entretanto, elas estão solitárias, com medo e inseguras.

    4. Causas Circunstanciais:
    Algumas pessoas sao solitárias devido ás circunstâncias: jovens longe de casa, pessoas ricas que parecem não ter com quem convider, idosos sozinhos, pessoas extremamente talentosas,  as divorciadas, vuivas, estrangeiros, maniacos por trabalho, pessoas doentes ou com deformidades físicas, tímidas, etc. No entanto não devemos presumir que todas essas pessoas são solitárias.

    5. Causas Espirituais:
    Deus nos criou para Ti, para que tivessemos repouso em Ti. Porém, o homem escolheu ser rebelde, e perdendo a comunhão com Deus. Quando surgem os problemas, ao invés de se voltar para Deus, buscam refúgio nas drogas, trabalhando, encontro de grupo e outras atividades, incapazes de acabar com a inquietação interior. Ignorando a Deus, temos pouca probabilidade de nos libertarmos da solidão.


OS EFEITOS DA SOLIDÃO
        Cada pessoa manifesta a solidão de uma forma. A baixa auto-estima pode ser um sintoma da solidão. Outro sintoma é a depressão. Há pessoas com  solidão crônica que não são deprimidas e vice-versa. Quando a solidão é muito grande, a pessoa pode chegar ao suicídio.
        Há os que se tornam exbicionista, vestem roupas extravagantes é o palhaço da turma, só para ser notado. Outros se matam de trabalhar ou viagem  frequentemente para fugir da solidão. O álcool e as drogas também são meios de fuga para esquecer a solidão.
        Alguns expressam suas frustrações através da violência, segundo o autor algumas pesquisas  realizadas, demonstraram que pessoas muito solitárias tendem a ficar zangadas e irritadas expressando suas frustações de maneira destrutiva.
        A solidão se manifesta também fisicamente. Os solitários são mais propensos a apresentarem problemas cardiovasculares e hipertensão. A solidão pode ficar oculta do observador, mas pode se revelar através de doenças físicas.

ACONSELHAMENTO E SOLIDÃO
        Existem muitas sugestões de tratamento da solidão. Mas como atacar a questão de maneira eficaz ?
    1. Admitindo a existência do problema: admitir-se solitário em nossa sociedade é dizer-se desajustado, sem atrativos e incapaz de relacionar com outras pessoas. Por isso, é bom lembrar ao paciente que todos nós nos sentimos solitários de vez enquando. Portanto os primeiros passos para a recuperação são: admitir a solidão, reconhecer que estão sofrendo e fazer alguma coisa para resolver o problema.
    2 .Identificando as causas: através de conversas e perguntas é possível atuar na raiz da solidão. Antes de iniciar o aconselhamento é bom revisar as causas da solidão, enquanto o paciente fala sobre sua vida.
    3. Mudando a  maneira de pensar: deixar de pensar na auto-imagem negativa é falta de traquejo social, são coisas que podem ser mudadas enquanto, outras não podem ser mudadas como a viúva que perdeu o marido. Mas mesmo onde não pode ser mudado, é possível ajudar os aconselhamentos a mudar de atitude em relação a solidão, levando-os a evitar os pensamentos pessimistas e murmurações. O conselheiro deve fazer essa abordagem gentilmente e com firmeza, levando-o a ver o lado bom da vida, a participar de jogos e passatempos creativos, trabalhar, frequentar a igreja. Outra atitude que pode ajudar as pessoas a se lembrarem de Deus, mesmo em situações que parecem isolúveis.
    4. Desenvolvendo a auto-estima: pessoas solitárias precisam de ajuda para reconhecer seus pontos fortes, habilidades e dons espirituais. É preciso lembrar aos aconselhados que Deus ama e valoriza todos os seres humanos, que não há pecado que não possa ser perdoado, que cada um tem talentos, que todo mundo tem suas fraquezas, que ninguém é perfeito e que não faz sentido viver correndo atrás do impossível, mas que precisamos apreender a fazer o melhor.
    5. Incentivando os novos contatos sociais: mesmo quando temos a auto-imagem positiva, é preciso coragem para nos relacionarmos com os outros. Quando a pessoa é criticada ou rejeitada, o conselheiro deve ajudar o aconselhando a fazer contatos com outras pessoas. A medida que os aconselhando vao assumindo riscos de iniciar novos relacionamentos, o conselheiro deve encorajá-lo a persistir e abrir espaço para discutir falhas e evitar os fracassos.
    6. Ensinando traquejo social: algumas causas da solidão não podem ser mudadas, mas algumas circunstâncias podem ser alteradas, corrigidas ou removidas. As pessoas podem ver menos televisão e gastar mais tempo com atividades familiares, procurar se envolver nas atividades da igreja, aumentando os contatos sociais. Faltando traquejo social e habilidade de comunicação, o conselheiro pode apontar os erros, ensinar o paciente a se relacionar com os outros e avaliar o sucesso de suas tentativas.
    7. Suprindo necessidades espirituais: a solidão nunca desaparece completamente enquanto o indivíduo não tem um encontro com Jesus. O conselheiro, assim também a igreja, precisa transmitir amor e conduzir o aconselhando a Cristo. Seria um erro presumir que pessoas religiosas não se sentem sós. A única diferença é que os crentes enfrentam a solidão buscando na oração e estudo bíblico.

A PREVENÇÃO DA SOLIDÃO
    1. Fortalecendo a Igreja Local: Para evitar a solidão as pessoas devem ser
incentivadas a participar dos cultos e atividades da igreja e aceitar o companheirismo dos outros membros. O líder da igreja deve incentivar os novatos a se envolverem  na igreja e estimular os membros  a amar, dar apoio, perdoar, cuidar e receber esses indivíduos dentro da comunidade. Além disso promover atividades agradáveis para os finais de semana que os solitários vagam pelos bares podendo ter encontros sexuais fortuitos ou experiências íntimas com estranhos.
    2. Enfrentando as transformações: Segundo Ralph Keys, a maioria de nós quer fazer parte de uma comunidade, mas há 3 coisas que nos impedem: privacidade, conveniência e liberdade de ir e vir. E esses valores podem impedir uma proximidade. Questiona-se, se podemos nos preocupar com os outros numa época de informática, mobilidade, televisão, vídeo cassete e outras influências desumanizadoras ? Certamente que sim. Temos apenas que investir tempo e esforço necessários para a solidificação dos relacionamentos, evitando a solidão.
    3. Desenvolvendo a auto-estima e a competência: A solidão, as se deve ao fato de as pessoas terem pensamentos derrotistas ou uma auto-imagem negativa ou não tem traquejo social.  Uma das maneiras pelas quais os conselheiros e as igrejas podem reduzir a solidão é ensinando o membro da família a se comunicar com franqueza, a se importar e respeitar os outros, a aceitar as diferenças individuais e a trabalhar, relaxar e louvar a Deus junto com os outros.
    4. Estimulando o crescimento espiritual: Pode-se reduzir a solidão, estimulando um relacionamento íntíio com Deus e com o semenlhante.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
    Precisamos ajudar as pessoas a ter um relacionament íntimo com Deus e mais duradouro e sincero com outras pessoas.
    Os relacionamentos duradouros pode trazer autoconfiança e companheirismo evitando, assim a baixa auto-estima, a insegurança e outros fatores que podem levar os indivíduos a se sentirem solitários.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

COLLINS, Gary R.- Aconselhamento Cristão: edição século 21/ Gary R. Collins: Tradução Lucília Marques Pereira da Silva – São Paulo: Vida Nova, 2004.



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