sábado, 30 de outubro de 2010


A TEORIA DOS QUATRO TEMPERAMENTOS
Hipócrates (460 a 370 a. C), é conhecido como “Pai da Medicina”, na antiga Grécia. Há duas razões que nos interessa: 1) atribuí-se a ele o fato de a medicina interessar-se por problemas psiquiátricos; 2) ele reconheceu as diferenças de temperamentos das pessoas e apresentou uma teoria que explica tais diferenças. E. Baughman e George Welsh avaliaram que: as anomalias de comportamento estava diretamente ligada á intervenção dos deuses. Já, Hipócrates marcou o início de abordagem da personalidade anormal.
Como resultado de suas observações, Hipócrates distinguiu os quatro temperamentos: o sangüíneo, o melancólico, o colérico e o fleumático. De acordo com Hipócrates, o temperamento das pessoas dependiam dos “humores” do seu corpo. Observando as diferenças de comportamento formulando uma teoria que explica essas diferenças. A teoria era bioquímica. Hoje, fala-se em hormônios e outras substâncias químicas.
Os romanos pouco fizeram na área do intelectualismo e contentaram-se em perpetuar os conceitos gregos. Até o século dezenove, não foi dado alternativa para o conceito de Hipócrates. Tão pouco foram os estudos na área da personalidade que H.J. Eysenck, atribuiu a idéia do conceito dos quatros temperamentos a Galen, que reativou no século dezessete, e não a Hipócrates. Emmanuel Kant, filósofo alemão, foi o que mais teve influência na divulgação da idéia dos quatro temperamentos na Europa. Veja a descrição dos  quatro temperamentos:
SANGUÍNEO
Qualidades – Comunicativo, destacado, entusiasta, afável, simpático, bom companheiro, compreensivo, crédulo.
Defeitos – Fraco de ânimo, volúvel, indisciplinado, impulsivo, inseguro, egocêntrico, barulhento, exagerado,  medroso.
MELANCÓLICO
Qualidades – Habilidoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta, idealista, leal, dedicado.
Defeitos – Egoísta, amuado, pessimista, teórico, confuso, anti-social, crítico, vingativo, inflexível.
COLÉRICO
Qualidades – Enérgico, resoluto, independente, otimista, prático, eficiente, decidido, líder, audacioso.
Defeitos – Iracundo, sarcástico, impaciente, prepotente, intolerante, vaidoso, auto-suficiente, insensível, astucioso.
 FLEUMÁTICO
Qualidades – Calmo, tranqüilo, cumpridor de deveres, eficiente, conservador, pratico, líder, diplomata, bem-humorado.
Defeitos – Calculista, temeroso, indeciso, contemplativo, desconfiado, pretensioso, introvertido, desmotivado. 
No fim do século dezenove, o estudo do comportamento humano recebeu novo impulso com o nascimento da ciência denominada Psicologia. O Dr. W. Wundt também aceitava a Teoria dos Quatros Temperamentos no comportamento humano. Ele fez exaustivas experiências e atribuiu as características do comportamento do indivíduo ao seu tipo físico. Alguns estudiosos mais recentes diminuíram para apenas dois tipos: extrovertido e introvertido.
Sigmund Freud, início deste século, desferiu um golpe devastados à Teoria dos Quatros Temperamentos. “Através da implementação de um ponto de vista totalmente determinista...” Freud e seus discípulos refletiram sua obsessão pela idéia de que é o meio-ambiente que determina o comportamento do indivíduo.
Durante a primeira metade do século vinte, a maioria dos cristãos parecia sofrer de um complexo de inferioridade intelectual. A Psiquiatria e a Psicologia subiram ao trono acadêmico diante do qual todos os intelectuais se curvaram. Alguns, em nome da Ciência, ridicularizavam á Deus , a Bíblia, a divindade de Cristo, o pecado, a culpa e a existência de Deus pessoal. Em meio a Ciência moderna, muitos cristãos permaneceram fiéis a Deus e à Bíblia durante aqueles anos difíceis, mas, se mantiveram em silêncio.
A Teoria da Evolução, se desmorona ao impacto das pesquisas científicas. Meio século de observação confirmam a perícia dos freudianos em diagnosticar os problemas da personalidade. Uma nova geração de psiquiatras está voltando sua atenção para algumas das antigas idéias e pesquisando outras teorias.
Alguns estão dando crédito à Bíblia, ou seja, responsabilizando o homem pelos seus atos.
A primeira metade deste século, apenas dois escritores crsitãos escreveram a respeito dos quatro temperamentos.
Um grande pregador e teólogo inglês, Alexander Whyte (1836-1921), produziu um breve trabalho sobre os quatro temperamentos.

A CONTAMINAÇÃO PELO FREUDIANISMO
Todo ser humano tem interesse em saber “o que realmente o faz funcionar” , por esta razão que os estudantes preferem fazer Psicologia. Há uma grande procura pelos “porquês” do comportamento humano e essa procura vem por toda classe de indivíduo.
A reação dos psicólogos e psiquiatras não cristão, não tem sido boa, mas essa atitude era de se esperar. Porque, a Teoria dos Quatros Temperamentos não está de acordo com idéias humanistas; e porque os psiquiatras não crendo em Deus, rejeitam o princípio do Espírito Santo como eficiente para cura das fraquezas humanas.
Darwin e Freud moldaram o pensamento do mundo secular com o segundo pensamento: 1) não há Deus; 2) o homem é um ser supremo, capaz de resolver só todos os problemas. Como existe realmente um Deus, a premisssa dos humanistas está errada.
Diga-se que 50% do mundo atual se curva perante a Psicologia e a Psiquiatria. Mas, os cristãos precisam de cuidados para não serem enganados pela “sabedoria deste mundo”, pois a “sabedoria deste mundo é loucura para Deus” (I Co 1:18).
As experiências e novas descobertas sempre desacreditaram os grandes pensadores do passado. Mas os cristãos tem a Palavra de Deus para saber o que é certo e errado. Não há nada de errado estudar Psicologia ou Psiquiatria, mas, precisa-se tornar válidos pela Palavra de Deus. Conclui-se que a Bíblia tem as respostas para todos os problemas do homem e elas são bem simples.
A Bíblia nos ensina que todo ser humano têm uma natureza pecaminosa, os temperamentos nos ensina que todos os homens têm suas fraquezas.
A classificação dos quatro temperamentos não está escrito na Bíblia, mas a biografia de quatro personagens bíblicos demonstram os pontos fortes e as fraquezas de cada um dos temperamentos.
A Palavra de Deus nos ensina que só será possível alcançar o poder para vencer as fraquezas, quando recebe-se a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e entregar-se completamente ao Seu Espírito.

O USO E O ABUSO DA FERRAMENTA
A Teoria dos Quatro Temperamentos é um instrumento valioso para a auto compreensão. Mas, como qualquer ferramenta, pode ser usada erradamente. O mau uso dessa ferramenta prejudica a si próprio e ao outro.
Alguns estudiosos da personalidade expõem à terceiros as características de alguma pessoa, sem nenhum cuidado, trazendo assim desconfortos pessoais.
O ser humano espera autoproteção física e psicológica de outrem. E, nenhum cristão poderá expor ou ridicularizar psicologicamente outra pessoa. O Espírito Santo faz com que “amemos os irmãos” e assim daremos a outra pessoa aquilo que queremos para nós mesmos.
A Teoria dos Quatro Temperamentos é apenas uma ferramenta terapêutica. Não se pode ficar a analisar o temperamento de uma pessoa e nem dizer a ela o temperamento que ela possui, sem o seu consentimento.
Outro erro no uso da Teoria dos Temperamentos é usá-la como desculpa para o mau comportamento. Alguns dizem: eu não consigo mudar. Isso é obra do Diabo. Mas, a Bíblia é verdadeira e Deus suprirá todas as nossas necessidades.
O Sr. Sangüíneo lança sua culpa sobre outros.
O Sr. Colérico diz: sou assim mesmo. Sempre fui. Falo o que me vêm a cabeça!
A Sra. Melancólica não consegue se conter e faz tudo errado.
O Sr. Fleumático foge dos problemas, foge da realidade, foge de si próprio.
Essas são as atitudes usadas para justificar um temperamento egocêntrico. Somente a própria pessoa poderá reconhecer que tem um problema a ser resolvido.

SAIBA DISCERNIR  O SEU TEMPERAMENTO
Para discernir o conceito de temperamento, precisa-se descobrir qual é o seu próprio temperamento. Diversos fatores devem ser lembradas quando você estiver procurando descobrir o seu temperamento.
Em geral, um dos temperamentos será mais destacado. Naturalmente, uma pessoa que tenha uma combinação de dois ou três temperamentos bem destacados será difícil de diagnosticar. Se por um lado, suas qualidades não forem muito salientes, também seus defeitos não o serão.

MATURIDADE ESPIRITUAL
Um fator que se esquece na análise de temperamentos é a obra modificadora do Espírito Santo.  Através da Palavra de Deus, o Espírito Santo molda de tal forma qualquer tipo de temperamento, desde que a pessoa se deixe ser transformada por Deus. Tal pessoa pode não conhecer questões sobre temperamento, mas dando lugar para o Espírito Santo receberá o processo da modificação.
Outro fator para diagnosticar o temperamento é a idade, sendo mais fácil entre os 15 a 35 anos. A condição física, pressão alta e pressão baixa também afetará no diagnostico dos temperamentos.
Por vezes a educação na infância forma impressões e hábitos, mas a libertação pelo Espírito Santo, a personalidade demonstrará uma mudança marcante. Ex: uma pessoa totalmente retraída, com a ação do Espírito Santo é transformada poderosamente, além de eliminar atitudes e hábitos da infância que inibam o temperamento.
É de suma importância todo aprendizado na infância. Depois de levar seu filho à Cristo, o melhor a oferecer-lhe é um lar de amor, carinho e compreensão, onde ele possa agir por si mesmo. Toda criança tem que ser tratada como indivíduo. Alguns, precisam de disciplinas severas, outros basta um olhar. Cabe aos pais serem controlados pelo Espírito Santo, para que os filhos cresçam com todo potencial de habilidades individuais.
Outro fator que altera o temperamento natural da pessoa é a existência de um trauma na infância. Esses traumas são mais nas áreas do medo, fazendo com que a pessoa se recolha, se reprima.
Temos exemplo de uma criança que levara uma vida traumática no lar, ela não se sentirá segura. Mas após a presença de Cristo em sua vida e o amor, atenção dos pais, a criança recebe uma grande transformação. Desta forma vemos que o amor de Cristo nos pais para os filhos faz grande diferença no desenvolvimento dos filhos.
É um erro perigoso pensar que determinado temperamento é melhor que o outro, pois Deus nos criou a todos  “ para sua glória” . Não importa quem somos, todos nós temos pontos positivos e negativos. Muitas vezes, vemos mais os nossos defeitos do que nossas qualidades.
Mas, Cristo na sua vida como Senhor e Salvador, o Espírito Santo modificará suas fraquezas e seremos a pessoa que Deus quer que sejamos.
Na Bíblia – vontade de Deus – lemos relatos da vida de muitos líderes espirituais e de como o poder transformador de Deus operou no temperamento humano. Nos capítulos seguintes examinaremos quatro desses homens.Deus transformou homens no Antigo e Novo Testamento, e ainda hoje está à nossa disposição.

PEDRO, O SANGÜÍNEO
O sangüíneo Pedro é, provavelmente o personagem mais querido no Novo Testamento. Sendo totalmente extrovertido seus defeitos são visíveis á todos. Num momento é amável e alegre, no momento seguinte nos assusta com suas atitudes. Vejamos as qualidades do temperamento sangüíneo:
- caloroso, amável e simpático
- Atrai as pessoas
- Otimista, despreocupado
- Generoso, compassivo
Defeitos:
- Pouca força de vontade
- Emocionalmente instável
- Explosivo, irrequieto e egoísta
- Raramente alcança aquilo que se espera
- Dificuldades em seguir instrução
- Quase nunca fica quieto
- Tem capa de ousadia, mas no fundo é temeroso e inseguro
Os sangüíneos são bons vendedores, oradores, atores e tornam-se líderes. O apóstolo Pedro, é o homem que depois de Jesus, mais se sobressai nos Evangelhos. Ele falava com mais freqüência que os outros discípulos e Jesus conversava mais vezes com ele.

IMPULSIVO
Sempre o Sr. Sangüíneo não sabe o que fazer, ele fala. Ele romperá silêncio com palavras ditas na hora errada, desnecessárias e incovenientes. Esse é o caso de Pedro. No momento de calar-se , ele fala. Muitas vezes a intenção é boa, mas a hora é errada. Quer dizer, embora seja valido a intenção, as idéias são impulsivas, impensadas e mal-dirigidas.
A ilustração mais conhecida da impulsividade de Pedro deu-se no Jardim do Getsêmani. Jesus estava pronto para ser sacrificado pelos pecados do mundo, e vindo os oficiais para prendê-lo; Pedro saca de sua espada e corta a orelha de Malco. Os sangüíneos por natureza, agem, não pensam. Quando pressionados, têm de fazer alguma coisa.
Esta falta de reflexão faz com que muitos sangüíneos percam ricas bênçãos na vida.
Outra história encantadora, que revela a impulsividade de Pedro, ocorreu no mar da Galiléia, depois da ressurreição de Cristo. Enquanto pescava, Pedro viu Jesus aparecer na praia e largou as redes e pesca e nadou até Jesus. Tipicamente sangüíneo ele deixou o trabalho inacabado.Elogia-se Pedro por seu amor à Cristo, mas ele deixou o trabalho para os outros terminarem. Os sangüíneos não são preguiçosos, mas pulam de uma coisa para outra e têm pouca capacidade de concentração.

DESINIBIDO
Os sangüíneos tem esta agradável capacidade. Em ocasiões inesperadas Pedro fez e disse coisas maravilhosas. Após uma noite de pesca e nada ter pego e em desânimo Pedro diz: “ Mestre...mas sobre a Tua palavra lançarei as redes”. Os sangüíneos gostam de agradar. Após apanhar os peixes, Pedro, cheio de emoção, sem acanhamento algum “prostrou-se aos pés de Jesus e diz: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador”. Essa emoção desinibida é típica do sangüíneo. Ele é uma pessoa desinibida que faz com impulso aquilo que lhe vêm à cabeça. Nesse momento ele exibe o seu íntimo com toda sinceridade.

FALANTE
Encontramos outro efeito positivo da língua impulsiva de Pedro em Mt 16:13-20. O testemunho de Pedro quanto à identidade de Jesus, demonstra que mesmo naquela ocasião Deus falava ao coração de Pedro. Os sangüíneos têm enorme capacidade de responder com entusiasmo às motivações do coração; por isso os seus corações os compelem a andar nos caminhos de Deus, quando permitem que Deus lhes fale com regularidade através de Sua palavra. Ele não era analítico, mas ouvira os ensinos insuperáveis de Cristo e tinha visto sua vida singela e santa durante quase dois anos. Em seu coração ele sentia que este homem era mais que humano- era divino. Então, quando a pergunta lhe foi feita, Pedro apenas disse o que sentia.
De todos os eventos na vida do apóstolo sangüíneo, o meu episódio favorito se encontra em João 6: 66-69. O Senhor Jesus era divino quando andou sobre a terra, mas era também genuinamente humano. Era humano a ponto de ter fome, cansaço, entristecer-se, chorar, e ser movido de compaixão.
Lemos que “muitos de seus discípulos voltaram para trás, e já não andavam com Ele”. Contendo uma profunda tristeza, o Mestre perguntou aos doze: “ Porventura quereis também vós outros retirar-vos?” Pedro, amável, impulsivo, quebrou o silêncio com as palavras imortais: “Senhor, para quem iremos?.
Sim, Pedro era todo coração. O sucesso da vida de qualquer cristão é determinado pela direção do coração.

EGOÍSTA
Outra tendência da pessoa sangüínea é o egoísmo. No mesmo capítulo em que Mateus relata a sua excelente confissão (Mt 16), vemos a sua queda trágica.
Depois da confissão de Pedro, o Senhor começou a preparar o espírito dos seus discípulos para o verdadeiro propósito de sua vinda.
Até então, Pedro aceitara tudo o que o Senhor Jesus dizia, mas a idéia de sua morte o chocou. Pedro rejeitou tão veementemente essa possibilidade, que pareceu não ouvir a promessa do Salvador de que ressuscitaria ao terceiro dia.
A ação impulsiva de Pedro, motivada pelo egoísmo, valeu-lhe a repreensão mais severa jamais feita por nosso Senhor a qualquer pessoa, com exceção de Judas Iscariotes e dos fariseus. O espírito de Pedro por certo ficou esmagado com a repreensão; geralmente os sangüíneos são assim mesmo. Tendem a se ofender com facilidade, mesmo que se recomponham dali a pouco.
A tendência egoísta de Pedro o tornava vulnerável aos dardos de orgulho do diabo.
A queda de Pedro deu-se quando ele permitiu que o diabo tomasse as palavras de louvor do Senhor e as transformasse num incêndio de orgulho.

INTERESSEIRO
Por natureza, o Sr. Sangüíneo é muito generoso. Se ele vê alguém passando necessidade, sua reação emocional geralmente é de compaixão.
Mas, há também no sangüíneo uma forte tendência de sentir-se inseguro. Essa ansiedade motivou Pedro a fazer um pedido em seu próprio interesse. E disse Pedro o Senhor: Senhor, eis que nós tudo deixamos e Te seguimos; que será, pois , de nós?”. A resposta do Senhor revela a natureza da verdadeira fraqueza de Pedro. Qual era o verdadeiro problema de Pedro?  Ele buscava “posição” já no primeiro século. Deve haver um pouco do sangüíneo em todo homem, pois quem pode dizer que jamais fez essa pergunta tão humana; “Que é que eu ganho com isso?”. Só o Espírito Santo pode nos dar um espírito consistente de auto-sacríficio, tão essencial ao cristão genuíno.

FANFARRÃO
Uma das falhas mais evidentes do Sr. Sangüíneo é a sua tendência à gabolice. Foi o caso daquela noite memorável no cenáculo, quando o Senhor Jesus disse aos discípulos que todos se escandalizariam por Sua causa, pois está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas” (Mt 26:31). Pedro, o fanfarrão, não podia deixar passar estas palavras sem desafiá-las. Mais uma vez, repreendeu o Senhor dizendo: “Ainda que venhas a ser um tropeço para todos, nunca o serás para mim” (Mt 26:33).
A resposta de Pedro nessa ocasião foi sincera. Uma das características menos compreendidas da pessoa sangüínea é a sua sinceridade. O Sr. Sangüíneo é rápido e espalhafatoso no assumir compromissos ou fazer promessas? Ser fiel a Jesus era de suma importância para Pedro e foi muito fácil prometer porque ele estava n presença do Senhor.

VONTADE FRACA
Logo passada a situação ele certamente se sentirá arrependido; mas, a não ser que seja fortalecido pelo Espírito Santo, não terá forças ou autocontrole suficiente para deixar de incorrer novamente no mesmo erro. Sem o poder de Deus a fortalecê-lo, o Sr. Sangüíneo facilmente deixará a sua vida emaranhar numa teia de complexidades.
Mas, a vontade fraca do Sr. Sangüíneo fez com que se tornasse fácil esquecer as promessas do passado e boas intenções em face das tentações ou das pressões circunstanciais.
Como Pedro, o Sr. Sangüíneo se arrepende com sinceridade, e, quando o Espírito Santo se apossa completamente dele, a tragédia pode transformar-se numa experiência de vida transformadora; é porém importante que ele reconheça que não são suas fortes resoluções ou suas boas intenções que dão consistência à sua vida. É o Espírito Santo! Sem que o Espírito Santo esteja habitando em sua vida, não se pode confiar no Sr. Sangüíneo. E o pior é que nem mesmo o sangüíneo pode confiar em si mesmo!

AQUELE QUE NEGOU A JESUS
O evento mais conhecido da vida do amigo sangüíneo de nosso Senhor é a sua negação ao Salvador. Como Judas é conhecido como o “discípulo que O negou”. Todos os quatro Evangelhos narram a vergonhosa história. Pode ser que o Espírito Santo tenha feito isso a fim de incutir em nós o fato de que Deus pode tomar o mais inconsistente e fraco monte de barro e fazer dele um grande homem de Deus.
Ele é sensível aos que o cercam e tende a adaptar-se aos seus costumes, em vez de destacar-se no grupo. Os sangüíneos podem agir de um certo modo com um grupo de amigos, e de outro modo completamente diferente, com outro grupo.
Mais cedo ou mais tarde teremos de resistir à pressão que nos rodeia e tomar uma posição. Feliz o homem que aprende que quanto mais cedo enfrentar a questão, melhor para ele. O desejo instintivo de Pedro de fugir ao perigo fez com que, não apenas repudiasse a Cristo, mas o negasse “sob juramento”. Usou um sinal de honestidade para cobrir uma mentira manifesta.
A vontade que Pedro tinha de falar, não permitia que se calasse nem mesmo estando junto de inimigos. A maior parte do povo era da cidade de Jerusalém, enquanto Pedro, que era da Galiléia, tinha um sotaque diferente, que o traía.
A maioria dos sangüíneos fala mais rápido do que pensa e para preencher as lacunas, usam com freqüência de expressões profanas. Mas, sob a pressão do grupo, e num desejo típico de ser inconscientemente ao seu velho hábito de linguagem baixa. Quando tal coisa acontece, o sangüíneo explica rapidamente: “Ah! Eu falei só por falar”, mas isso não muda o fato de que pecou com a língua, desonrando publicamente a Deus.
Somente dois temperamentos humanos são dados ao choro: o sangüíneo e o melancólico. Ao contrário do que se diz, isso não diminui a sua hombridade, mas revela a profundidade dos seus sentimentos e sua habilidade em exprimir as emoções.
As lágrimas amargas de Pedro ao fim desse triste drama ilustram uma tendência tipicamente sangüínea. Os sangüíneos facilmente se arrependem. Quando o Sr. Sangüíneo comete um pecado grave, ele tem remorso profundo ao reconhecer o seu pecado, ou ao sentir-se envolvido pelos seus resultados. Muitos sangüíneos modernos confessam sinceramente, expressando remorso. Alguns observadores pensam que a profundidade do arrependimento se mede pela quantidade das lágrimas, mas as lágrimas significam apenas que o Sr. Sangüíneo está sendo, no momento, sincero, será apenas uma questão de tempo antes de cair de novo.
Há um jogo importante de palavras que não aparece na tradução para o português. O Senhor Jesus usou a palavra grega ágape, que no NT significa a forma mais alta de amor. É a palavra usada para descrever o amor de Deus pelo homem. Certamente por seu remorso de ter negado a Jesus, Pedro hesitou em usar essa palavra. Em sua resposta, ele usou para a palavra amor uma palavra semelhante ao nosso “gostar”. Alguns tradutores por isso têm redigido assim sua resposta: “Tu sabes, Senhor, que gosto muito de Ti!”
   A INCONSTÂNCIA DE PEDRO
A história que vimos acima e muitos outros eventos da vida de Pedro indicam que um dos maiores problemas do Sr. Sangüíneo é o fato de ser inconstante. Sua vida é um paradoxo de extremos. O Senhor Jesus parecia saber que o desejo do sangüíneo coração de Pedro era de ser um indivíduo estável. Por essa razão, mudou o seu nome profeticamente, dizendo: “Tú és Pedro...” isto é, uma pedra. Pedro se tornou forte e cheio do Espírito.
Quando uma pessoa recebe Jesus Cristo em sua vida, torna-se uma “nova criatura”. Assim, passa a ter duas naturezas de cada crente. “Simão” representa a velha natureza sangüínea, enquanto “Pedro” a representa a nova natureza como de uma rocha, o homem estável e constante que o Espírito de Deus moldou do templo sangüíneo de barro.Porém, como vemos na vida de Pedro, essa transformação não é imediata; é questão de crescimento.
Depois da plenitude do Espírito, Simão, o sangüíneo, não mais demonstra falta de domínio próprio. As características de dinamismo, amabilidade e magnetismo de Pedro, o sangüíneo, continuam evidentes, mas os defeitos são modificados pela força das boas qualidades e Deus é glorificado nessa transformação.

PEDRO CHEIO DO ESPÍRITO
Em uma de Suas promessas aos discípulos, o Senhor disse: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo...” Geralmente pensamos nesse poder com relação ao testemunho , e sem dúvida significa que teremos poder para testemunhar, mas não é só isso. O poder do Espírito Santo na vida do apóstolo sangüíneo foi claramente uma influência benéfica. Esse poder, à disposição de todo crente hoje, modificou de tal forma a Pedro, que seus defeitos ficaram obscurecidos e suas qualidade foram realçadas.
Vemos o primeiro sinal duma transformação em Atos 1:15, antes mesmo do Dia de Pentecostes. “Levantando-se Pedro no meio dos apóstolos”, quando estavam juntos aguardando a vinda do Espírito Santo. Então ele orou pedindo sabedoria a Deus. Selecionaram dois candidatos e confiaram no Espírito Santo para escolher o candidato certo pelo lançamento de sortes.
No dia de Pentecostes temos mais uma amostra da transformação ocorrida no apóstolo sangüíneo. Quando o Espírito Santo desceu sobre eles, os homens falaram as línguas dos estrangeiros visitantes de Jerusalém, de maneira que todos puderam ouvir a mensagem de Deus “em sua própria língua”. Os habitantes de Jerusalém, que não podiam compreender essas línguas, começaram a zombar dos discípulos e acharam que estivessem “embriagados”.
Foi um  Pedro controlado pelo Espírito que se levantou “com os onze”; e erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras”, e pregou o primeiro sermão evangélico da era da igreja. Este sermão é uma obra-prima que não pode ser explicada pelos três anos em que andou na companhia de Jesus Cristo. Pedro era um pescador iletrado. Não era um intelectual; raramente os sangüíneos o são. Este sermão foi uma mensagem de como Deus quer usar os homens hoje. O resultado foi que houve “um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas. E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão”. Simão, o sangüíneo, foi transformado em Pedro, o sangüíneo controlado pelo Espírito Santo- grande pregador do Evangelho. Os pregadores sangüíneos possuem um fator perigoso que lhes é inato. É fácil para eles falar, tenham ou não tenham algo importante a dizer, porque um sangüíneo natural tem a capacidade de tornar qualquer coisa interessante aos ouvidos. Mas, o sangüíneo controlado pelo Espírito Santo pode ser de influência tremenda para o reino de Deus.

A CONSTÂNCIA DE PEDRO
A disciplina espiritual é muito difícil para o Sr. Sangüíneo, mas é a única forma de eliminar a sua inconstância. Mas uma reunião de oração é atraente para o Sr. Sangüíneo somente quando ele é controlado pelo Espírito Santo. Vemos neste relato outra característica do Espírito. Um dos frutos do Espírito é a “paz”. De maneira prática, isso significa que seremos flexíveis e estaremos dispostos a fazer aquilo que o Espírito Santo desejar de nós. Pedro e João  quando viram o coxo mendigando à porta, foram movidos de compaixão e mudaram completamente de planos. Nem chegaram a orar no templo, porque “Pedro, fitando-o juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou: Em Nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente os seus pés e artelhos se firmaram”.
Este parece ser um marco na vida do sangüíneo Pedro. Conduzido pelo Espírito, Pedro aproveita a oportunidade que surge com a multidão curiosa que se reúne para ver o homem curado, que salta e grita de alegria, e prega um sermão maravilhoso, de profundidade e conhecimento Dora do comum.

A CORAGEM DE PEDRO
As Escrituras nos dizem que “ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” .
O que provocou a diferença nas reações do mesmo Pedro vivendo sob pressão? Atos 4:8 explica claramente: “Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse...” Pedro não procurou ganhar em intrepidez sob pressão; descansou, e foi então impelido pelo Espírito Santo. Esta deve ser sempre a atitude do cristão, em face de uma oportunidade de testemunhar.
A melhor maneira de testemunhar nossa fé é através duma entrega pessoal ao Espírito Santo. Este tipo de testemunho é mais eficiente porque permite que o Espírito Santo controle a situação. Se tem de haver pressão, lance a “pressão” sobre o Espírito Santo, entregando-se totalmente a Ele.Ele agüenta a pressão – você não!
O Espírito Santo não está procurando pessoas espertas, mas pessoas dóceis à Sua orientação.

A SABEDORIA DE PEDRO
Mas, não foi esse o caso de Pedro, o sangüíneo, quando controlado pelo Espírito Santo. Interrogado e pressionado pelas autoridades religiosas, a quem sempre respeitara antes, Pedro tinha a mente clara como o vibrar de um sino. As autoridades mandaram que Pedro e João “não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus”. Pedro e João não vacilaram nem gaguejaram perante esses ilustres líderes, nem Pedro disse qualquer coisa que prejudicasse o seu testemunho. Disse-lhes: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.
Outro exemplo de sabedoria inspirada pelo Espírito ocorreu quando Pedro, perante o Sinédrio, foi repreendido pelo sumo sacerdote: “quereis lançar sobre nós o sangue desse homem”. Pedro não se enfureceu, como seria de se esperar, mas, sob o controle do Espírito, respondeu com sabedoria: “Antes importa obedecer a Deus do que a homens”.

A ALEGRIA DE PEDRO
A alegria é uma tendência natural do temperamento sangüíneo. A reação de Pedro por ter apanhado severamente dos oficiais do Sinédrio foi inteiramente contrária da que esperaríamos de um sangüíneo. Lemos em Atos 5:41. “E eles se retiraram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome”. O Espírito Santo nos dá uma inclinação espontânea para o regozijo, cumprindo assim a “vontade de Deus em Cristo Jesus” para conosco.

A HUMILDADE DE PEDRO
A humildade não é realmente uma característica do sangüíneo.
Mas Pedro, tendo feito sair a todos, pondo-se de joelhos, orou; e voltando-se para o corpo, disse: Tabita levanta-te. Ele, dando-lhe a mão, levantou-a: e chamando os santos, especialmente as viúvas, apresentou-a viva. Isto se tornou conhecido por toda Jope, e muitos creram no Senhor.
Ele quis o isolamento, que deu toda glória exclusivamente a Deus. Tal conduta é tão estranha a um homem do temperamento natural de Pedro, que só pode ter sido obra do Espírito Santo.

O ESPÍRITO DE ORAÇÃO DE PEDRO
De natureza irrequieta, é muito fácil para eles se envolverem em toda sorte de “atividades para o Senhor”, sem dedicar tempo a Ele pessoalmente, na leitura de Sua Palavra e na oração. Por si mesmos, muitos cristãos sangüíneos são um tanto ocos e tendem à carnalidade em suas decisões, mas o tempo gasto diariamente no estudo bíblico e na oração parece exercer um forte impacto sobre eles.
Enquanto orava, teve uma visão dum lençol que descia do céu, e nesse lençol toda espécie de animais, e ele recebeu instruções para “matar e comer”. O versículo 19 diz: “Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito...”.
Muitos  cristãos sangüíneos não têm a direção do Espírito porque sua incessante atividade os impede de falar com o Senhor e de escutá-Lo.

O AMOR DE PEDRO
Pedro revelava abundantemente tais características, mas agora, sob controle do Espírito Santo, as coisas eram diferentes. Como bom israelita, ele tinha um antagonismo arraigado em relação a todos os gentios, e de forma especial, tinha ojeriza por soldados romanos. Agora o Espírito o instruía para que ele fosse até Cornélio, centurião romano, e lhe pregasse o Evangelho. A reação de Pedro foi obedecer imediatamente.
Mesmo antes de conhecer a natureza da tarefa, ou da profunda mudança que Deus operara, Pedro revelou sua preocupação objetiva pelos gentios estrangeiros. Ele disse: “Vós bem sabeis que é proibido a um judeu ajuntar-se ou mesmo aproximar-se de alguém de outra raça; mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo; por isso, uma vez chamado, vim sem vacilar. Pergunto, pois, por que razão me mandastes chamar? A chave da mudança de temperamento está no versículo 28: “...mas Deus”. Estas duas palavras garantem auxílio a qualquer sangüíneo indisciplinado, teimoso, egoísta e influenciável. Deus, o Espírito Santo, provê uma qualidade para compensar cada fraqueza humana.
Estando sob o controle do Espírito Santo, Pedro pregou uma mensagem cheia do Espírito, e assim ofereceu a salvação àqueles  gentios. A resposta foi eletrizante: “Caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a Palavra”.

 A AMABILIDADE DE PEDRO
Estava de tal forma controlado pelo Espírito Santo que nele só encontramos graça e moderação.
Em  razão de sua explanação gentil e controlada pelo Espírito, os judeus-cristãos reagiram bem a essa primeira colheita de estrangeiros, pois as Escrituras dizem que: “Ouvindo eles estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para a vida”.

PEDRO- HOMEM DE FÉ
Uma das características da vida preenchida pelo Espírito, conforme Gálatas 5:22 e 23, é a fé.  Em lugar de se preocupar com a sua prisão ou com o perigo de vida, Pedro dormia pacificamente quando o anjo do Senhor surgiu para libertá-lo. Dormir nessas condições só podia significar que Pedro estava tranqüilo, sem temor, entregue aos cuidados do seu Pai Celestial.

A PACIÊNCIA DE PEDRO
Depois de ser miraculosamente libertado pelo anjo, Pedro “foi à casa de Maria, mãe de João...onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.
Pedro não os cumprimentou com o sarcasmo que seria esperado de um sangüíneo, mas “fazendo-lhes sinal com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão”. Nunca houve oportunidade maior par um líder da igreja ridicularizar seus amigos. Mas Pedro estava mais preocupado com o fortalecimento espiritual deles e com a graça de Deus, do que em ridicularizar a fraqueza alheia.
A LIDERANÇA DE PEDRO
A inspirada liderança do apóstolo sangüíneo torna-se evidente no capítulo 15 de Atos, num momento importantíssimo da história da Igreja Primitiva.  “Havendo grande debate, Pedro tomou a palavra...” A  palestra de Pedro às circunstâncias hostis foi usada pelo Espírito Santo para restaurar a unidade da Igreja primitiva.
O apóstolo Paulo em Gálatas 2:8 prova que Pedro foi um líder eficiente nos primeiros dias da igreja. Paulo era um intelectual de aprimorada educação, mas nestas palavras prestou grande tributo à capacidade de  liderança do seu amigo sangüíneo, o apóstolo Pedro Suas palavras: “Pois aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão...”, oferecem-nos o testemunho valioso de um contemporâneo quanto aos resultados miraculosos  da transformação operada pelo Espírito no temperamento de Pedro.

A FALHA DE PEDRO
Deus está interessado em todas as nossas experiências e ordena que andemos em santidade, mas não está de marcação conosco a fim de castigar-nos a cada falha. O rei Davi foi conhecido como “o homem segundo o coração de Deus”, não porque fosse perfeito, mas porque ele se arrependeu depois de pecar, e voltou-se contrito para Deus, a fim de ser perdoado e restaurado à Sua graça. Ao invés de ficarmos deprimidos por causa dos nosso pecados, permitindo que a carnalidade nos avilte, devemos, se pecarmos, recorrer imediatamente à confissão, conforme I João 1:9, e assim desfrutar do perdão e do esquecimento de nossos pecados da parte de Deus.
O medo dos homens é uma característica bem sangüínea. Pedro não queria cair no desagrado dos seus amigos, separou-se então dos irmãos gentios, e isso com certeza os ofendeu. Isto não indica que Deus tenha deixado de usar a vida de Pedro, porque suas duas epístolas foram escritas muito tempo depois. Sugere, porém, que mesmo cristãos amadurecidos e repletos do Espírito precisam examinar-se continuamente, para que também eles não andem momentaneamente na carne.

A MATURIDADE DE PEDRO
A maturidade espiritual de Pedro é comprovada em muitas ocasiões ocorridas depois desta. Mas, talvez a ocasião mais destacada seja a mansidão por ele demonstrada quando o apóstolo resistiu-lhe “face a face”. A transformação do apóstolo sangüíneo demonstra graficamente que Deus pode fazer de você o tipo de pessoa que Ele quer que você seja. Mostra-nos também que para toda e qualquer tendência à fraqueza, mesmo aquelas cuja intensidade tenha sido aumentada pelo hábito, existe uma cura. Deus, o Espírito Santo, tem uma força para cada uma das fraquezas do sangüíneo. O Sr. Sangüíneo, como todos os outros cristãos, precisa continuamente dar ouvidos à admoestação: “Enchei-vos do Espírito”.

PAULO, O COLÉRICO
Paulo é de fato excelente exemplo da maneira como o Espírito Santo modifica uma pessoa de vontade férrea, após sua conversão. Antes de entrar num estudo detalhado da vida deste apóstolo colérico, examinemos as características da pessoa de personalidade colérica.
É um líder natural, obstinado e muito otimista. Seu cérebro está sempre fervilhando de idéias, projetos ou objetivos, e ele geralmente os realiza. O colérico é extrovertido, mas não tão intensamente. É auto-suficiente, impetuoso, genioso e tem uma tendência à aspereza e até mesmo à crueldade. Os coléricos dão bons diretores de empresas, generais, construtores, soldados voluntários, políticos ou administradores, mas são, geralmente, incapazes de executar trabalhos minuciosos e precisos.
Depois do magnífico sermão proferido por Estevão, o diácono cheio do Espírito Santo, os líderes religiosos hostis atacaram-no: “Ouvindo eles isto, enfureciam-se nos seus corações, e rilhavam os dentes contra ele”.

CRUEL
A partir desta primeira agressão, Saulo continuou seu caminho implacável e cruel, tão característico do temperamento colérico. Mostrar compaixão é uma das coisas mais difíceis de aprender para o cristão colérico. Ele é geralmente rude, sarcástico e tem a língua muito ferina.
Saulo, o colérico, marcha cruelmente através dos primeiros capítulos de Atos, liderando a “grande perseguição contra a Igreja em Jerusalém”. O seu ódio pelos cristãos e sua tentativa implacável de destruí-los eram aparentemente inspirados pela religião. A história demonstra que muitos coléricos perpetuam atos desumanos em nome da religião. Alguns usaram até mesmo o cristianismo como capa que “santificasse” sua ira e justificasse seus atos odiosos.
Saulo, motivado por essa tendência, “dirigiu-se ao sumo sacerdote, e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém. Com estes documentos das autoridades em mãos, Saulo, tornou-se um vigilante ameaçador, com poder de vida e morte sobre os “inimigos do povo”.
O seu encontro com Jesus no caminho de Damasco mudou a direção da sua liderança, mas não a diminuiu. Pelo contrário, o Espírito Santo usou sua capacidade de liderança como uma força dinâmica para a glória de Jesus Cristo. Deus não apaga o temperamento quando nos enche do Seu Espírito, pois cada pessoa retém distintamente o seu individualismo. Em vez disso, o Espírito Santo reorienta as nossas forças para a glorificação de Deus, e tempera as nossas fraquezas, vencendo-as com as característica do homem que anda no Espírito. Saulo-transformado-em-Paulo tornou-se em exemplo clássico do temperamento colérico controlado pelo Espírito Santo.

FORÇA DE VONTADE
Uma das maiores vantagens do indivíduo de temperamento colérico está na sua grande força de vontade. Dirigida corretamente, essa força de vontade faz dele uma pessoa muito bem-sucedida. O seu sucesso pode ser atribuído à sua determinação e não à capacidade nata.O apóstolo Paulo se refere a isso em I Coríntios 9:24-27, ao descrever os padrões da autodisciplina.
O apóstolo colérico corria “não sem meta”. Isto indica que Le  sabia para onde ia; tudo que fazia tinha um propósito e um significado. Também indica aqui que ele não abusava do seu corpo: “esmurro o meu corpo, e o reduzo à escravidão”. Não se pode imaginar um apóstolo obeso ou intemperante, mesmo na sociedade mais opulenta de hoje.
O mesmo apóstolo colérico foi quem nos revelou um segredo importante de sua vida pessoal sobre como obter vitória sobre as fraquezas. Ele sabia que a autodisciplina começa na mente. Se você não resolver em sua mente que fará determinada coisa difícil, provavelmente jamais conseguirá fazê-la. O cristão disciplinado tem um bom propósito em sua mente, o qual produz sentimentos positivos em seu coração. E importantíssimo isso, porque o Senhor Jesus disse: “como um homem pensa em seu coração, assim ele o é”. O sucesso na vida cristã começa na mente, e esta é formada pela vontade. Se você ceder às suas fraquezas, desculpando-as e mimando a si mesmo, você não mudará. Somente agindo apoiado na verdade de que “tudo posso naquele que me fortalece” é que você vitória na batalha do temperamento.
Esta imensa força de vontade fez do apóstolo colérico uma pessoa muito dinâmica e marcante. Ele tem de se lembrar que o sucesso na vida espiritual não provém de sua força ou poder, mas “pelo meu Espírito”, diz o Senhor. Paulo conhecia bem a sua necessidade dos recursos divinos.
A persistência é uma característica admirável quando dirigida pelo Espírito Santo. Mas, a persistência poderá também fazer com que o cristão colérico se distancie muito da vontade de Deus.
Esta história mostra como até mesmo o cristão amadurecido pode se desviar da vontade de Deus, colocando sua própria vontade acima da do Senhor. Creio que às vezes os crentes tendem a perder muito do deleite espiritual, não por fazerem a coisa errada, mas por fazerem a coisa certa de maneira errada.
Os coléricos são uns cabeça-dura e vontade-de-ferro, precisam aprender que quando pessoas espiritualmente motivadas recomendam uma mudança de direção, seria melhor se procurassem conhecer a vontade o Espírito Santo sobre o assunto. Isto é difícil para pessoas de temperamento colérico, pois crescem e vivem sempre em oposição. Quanto mais nos colocamos contra um colérico e procuramos obstruir suas atividades, mais fortemente obstinado ele se torna e vai em frente.
Como todos os outros temperamentos, o Sr. Colérico precisa muito da plenitude do Espírito Santo. De uma forma, enfrentará diversas dificuldades que certamente seriam evitadas, como no caso do apóstolo Paulo.
Deus chamara Paulo para um grande ministério entre os gentios, e ele o  cumpriu, mas o espírito nacionalista do apóstolo fazia com que se sentisse também responsável pelo seu próprio povo. Paulo aprendeu- e todo cristão deve aprender dessa sua experiência registrada em Atos 20 e 22- que nunca dá certo fazer algo errado com o fim de alcançar um objetivo certo.
Aprendeu uma lição importante através dessa experiência pessoal, lição que todos os coléricos cristãos lucrariam muito em aprender: entregar sua força de vontade a Deus, que não comete erros na direção de suas vidas.
Certamente esta crise de teimosia foi confessada, embora não tenhamos nas Escrituras indicação disso; pois vemos que Paulo, depois deste período de vacilação, continua seu ministério com produtividade e utilidade, nas mãos do Espírito de Deus. Deus continuou usando este homem de maneira poderosa na prisão, testemunhando a governadores, reis, e finalmente, ao próprio César. Muitas epístolas de Paulo foram escritas depois dessa demonstração de temperamentos dominado pela carne. O reatamento com Deus é uma experiência instantânea que tem todo crente que reconheça o seu pecado e se entregue novamente ao Senhor.

AGRESSIVO
A ira e a agressividade são características do temperamento colérico que não aparecem muito na vida do apóstolo Paulo depois de sua conversão. Um colérico não tolera desistentes. Por natureza seria intolerante com aqueles que não tivessem o seu ânimo e sua força em face da adversidade.
Paulo manteve-se inflexível. O versículo 39 indica que “houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se. O Espírito Santo não precisa de desavenças entre irmãos para cumprir a Sua vontade. Quando cheios do Espírito, não somos contenciosos, irados, agressivos ou isentos do espírito de perdão. Pode ser que não fosse da vontade de Deus que Paulo e Barnabé viajassem juntos desta vez porque não há dúvida de que Ele abençoou essa segunda viagem e também a Silas, o novo companheiro de Paulo. Mas podemos ter certeza de que o Espírito Santo não tinha necessidade de uma explosão colérica da parte do apóstolo Paulo para precipitar tal decisão.
Feliz o colérico que estiver disposto a reconhecer imediatamente a sua ira como sendo pecado, que não ceda à tentação de justificá-lo e que peça a Deus a paz  de uma vida cheia do Espírito Santo.

AUTO-SUFICIENTE
Como resultado de sua imensa força de vontade, o Sr. Colérico é muito auto-suficiente e independente. Devido a esse sentimento de independência e auto-sufuciência, o Sr. Colérico não tem medo de ficar sozinho; pelo contrário, muitas vezes é  chamado de solitário. Não é que não goste de outras pessoas, mas as mais das vezes ele prefere fazer as coisas por si mesmo.
Nada intimado pela sua posição solitária, o apóstolo colérico proclamou o que consideramos um dos mais brilhantes exemplos de oratória de púlpito. Embora a aceitação por parte dos ouvintes não tivesse sido surpreendentemente grande, a Bíblia diz que “Todavia, alguns homens aderiram a ele: ...e creram.
Somente ao reconhecer sua total incapacidade ao agir sem o Espírito Santo, é que poderá usar de sua força de vontade numa vida devocional disciplinada, que produz um servo de Deus cheio de poder.
A conversão de Paulo, o colérico, tipifica as medidas extremas freqüentemente necessárias para forçar o colérico adulto a se humilhar e receber a Jesus Cristo.
Isso talvez explique as medidas extremistas que o Senhor tomou, ao mandar uma luz do céu que cegou Paulo, para então falar-lhe audivelmente. Só quando humilhado pelas adversidades  é que o colérico responde ao convite gracioso de receber o dom da vida eterna de Deus.

DINÂMICO
Outra característica do temperamento colérico demonstrada pelo apóstolo Paulo é  sua capacidade inata para a liderança. Essa liderança agressiva, claramente iniciada pelo Espírito Santo, caracteriza o ministério do apóstolo colérico. Encontramos outra ilustração em Atos 27:21-25. Paulo estava sendo levado como prisioneiro a bordo de um navio com destino a Roma. Em meio a uma furiosa tempestade, os guardas estavam prestes a matar todos os prisioneiros devido ao costume romano que exigia que o guarda pagasse pelos prisioneiros que fugissem. Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas, é preciso que compareças perante Cézar, e eis que Deus por sua graça te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois eu confio em Deus que sucederá de modo por que me foi dito”. Um colérico, somente cheio do Espírito poderia reagir desta forma! O prisioneiro assumiu a autoridade do navio a salvou a vida dos que o aprisionavam! Isto foi mais que uma resposta intuitiva a uma situação desafiadora; foi confiança em Deus, induzida sobrenaturalmente.
Essa ousadia caracterizou o apóstolo em toda sua vida. Ele é talvez a testemunha mais ousada de que temos notícia nos anais da Igreja.
Enquanto aguardava julgamento, o prisioneiro geralmente tinha um carcereiro acorrentado ao seu pulso. O apóstolo Paulo não deixaria de proclamar a sua fé com toda ousadia aos seus guardas. Tal testemunho destemido, inspirado pelo Espírito Santo, certamente produziu frutos na própria casa de Cézar.

PRÁTICO
Para ele, as decisões da vida têm de ser tomadas com um propósito utilitário. É por isso que o colérico acha tão difícil relaxar-se e divertir-se em companhia da família.
Não é difícil descobrir o pregados colérico, pois os seus sermões estão repletos de implicações práticas. Já os pregadores de temperamento melancólico são dados a enfatizar a teologia e gostam de assuntos abstratos. Pregadores sangüíneos são conhecidos pela sua oratória e emotividade. Vivemos numa época ligada ao lado prático da vida, e isso talvez explique porque a maioria das igrejas em fase de crescimento são pastoreadas por coléricos.Há algumas exceções notáveis, mas a maioria das pessoas facilmente se deixa atrair pelo homem que ensina a Palavra de Deus em termos simples, com aplicações práticas à vida.
Esta inclinação faz deles “comunicadores compulsivos”, porque sabem, do ponto de vista prático, que somente o Evangelho resolverá os problemas da humanidade.
Paulo não era, evidentemente, apenas um apóstolo colérico, mas um colérico, cheio do Espírito Santo, com um profundo desejo de ensinar as verdades de Deus a pessoas que, possivelmente, nunca mais tornaria a ver nesta terra.
LÍDER DE CAMPANHAS
            É o único tipo de temperamento que realmente não se importa com o que as outras pessoas pensam. Essa tendência torna-se mais pronunciada com o passar do tempo, particularmente se ele experimentar certo grau de sucesso no seu campo. Os cristãos têm a tendência de decidir por si mesmos o que assumem como certo e prosseguir inarredáveis seu caminho, não levando em conta a quem ofendam ou pisam.
É sempre mais proveitos sermos honestos com os irmãos em Cristo. Freqüentemente fazemos um bem maior a nossos irmãos ao admoestá-los do que silenciando. Naturalmente, deve-se tomar cuidado para que nossas ações sejam motivadas pelo Espírito Santo e não por nossa natureza egoísta.

CONTROVERSISTA
Qualquer pessoa com boa dose de temperamento colérico será motivo de controvérsia, mesmo quando cheia do Espírito Santo. A plenitude do Espírito proporciona à pessoa situações em que será contestada por amor da justiça.
Aqueles que amavam o Senhor e  estavam cheios do Espírito pareciam amar Paulo fervorosamente. Através de todo o livro de Atos vemos pessoas que choravam quando ele deixava suas cidades. Este homem que viajou pelo Oriente Médio e Sul da Europa, levando milhares de pessoa a um conhecimento salvador de Jesus Cristo, é provavelmente um dos indivíduos mais benquistos da cristandade. Aqueles que tinham ódio dele, tinham-no por ser um cristão cheio do poder.
Não espere que todos gostem de você se você anda no Espírito, mas tenha a atitude do apóstolo colérico pleno do Espírito, que resolveu agradar a Deus, não aos homens. O Senhor Jesus Cristo não pôde agradar a toda a humanidade, não espere que você o faça.

A MOTIVAÇÃO DE PAULO
O apóstolo colérico foi provavelmente o ser humano mais otimista do mundo. Esse otimismo produziu a motivação insuperada na história da Igreja. Sem sucesso a recursos humanos, o apóstolo colérico avançou, com otimismo, até lugares desconhecidos, levado apenas pela convicção de que o Espírito de Deus o enviara. Ele passou por sofrimentos maiores do que os que passou qualquer outro homem conhecido na história da Igreja.
Do ponto de vista humano, a tentação natural na adversidade é desistir. Mas não foi isso que aconteceu com o apóstolo colérico, cheio do Espírito. Lemos às vezes sem a devida atenção um trecho  da Palavra que diz: Paulo foi apedrejado até próximo  a morte. Mas e, vez de desistir, “levantou-se e entrou na cidade. O que poderia motivar um homem a levantar-se de um monte de pedras de morte, prosseguir para Derbe a fim de pregar o Evangelho, e voltar para Listra onde estavam os seus apedrejadores?
Não existe explicação humana, mas sim uma explicação bíblica. Paulo descobriu o segredo da motivação que muitas pessoas deprimidas e apáticas de nossa sociedade não conseguiram descobrir. Ninguém pode ser motivado sem ter uma visão. Essa é a razão pela qual um ser humano basicamente bem-ajustado pode perder todo o seu interesse pela vida. Em vista das mudanças que normalmente ocorrem na vida, ele poderá alcançar o seu alvo mais cedo do que esperava, ou sentir que esse alvo será impossível de ser alcançado. Ao constatar isso, se ele não refizer os planos estabelecendo outra meta, poderá acabar se consumindo na luta. Por isso as pessoas otimistas estabelecem novos alvos continuamente. O segredo da motivação de Paulo foi-lhe dado pelo Espírito Santo. Paulo não olhava para trás, somente para o alvo que o Senhor Jesus Cristo.
Pense de forma objetiva, específica, antecipando o que você espera que Deus faça. Se você quer ser um cristão motivado e cheio do Espírito, peça ao Espírito de Deus que lhe dê alvos a curto prazo, a médio prazo a longo prazo. Os alvos a curto e médio prazo serão completados nesta vida, mas somente ao comparecer perante o Senhor Jesus é que alcançaremos o alvo eterno que ele estabeleceu para os filhos de Deus.

A TRANSFORMAÇÃO DE PAULO
Uma grande parte da transformação operada pelo Espírito Santo no temperamento colérico diz respeito ao controle que exercia sobre o apóstolo quanto ao caminho que Deus queria que ele tomasse. A obediência de Paulo.
Amor- a primeira características da vida cheia do Espírito Santo é o amor, sendo esta, provavelmente, a maior necessidade do crente colérico.é fazer coisas pelos outros, esperando que as pessoas interpretem seu gesto como uma demonstração de amor.
Temos o direito de esperar que o cristão colérico, quando cheio do Espírito, tenha um coração compassivo para com o próximo.
Por meio da pena experiente do mesmo apóstolo colérico o Espírito Santo admoesta todos os crente: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo: alegrai-vos”.
Nem sempre conseguimos entender os propósitos de Deus em determinadas circunstâncias. Descobrimos, então, que mesmo ao enfrentar uma situação difícil, devemos ainda assim, nos regozijar. Como? Pela fé, por meio do Espírito Santo.
Paz – a paz do coração é estranha ao colérico carnal. O Espírito Santo modificou de tal forma o apóstolo Paulo, que Le veio a compreender que a paz não dependia de circunstâncias ideais. Feliz o cristão que reconhece que a paz do coração e as circunstâncias externas não precisam estar relacionadas uma à outra. Entretanto, quando o apóstolo Paulo foi encarcerado, um sentimento sobrenatural de paz tomou conta do seu ser.
Amabilidade – Os coléricos carnais, por sua natureza, desconhecem o que seja a amabilidade- pelo menos no sentido bíblico da palavra. A maioria dos tradutores indica que o termo significa “bondade”.
Evidência de amabilidade espontânea pode ser vista nas últimas palavras escritas pelo apóstolo colérico. Quando o colérico passa a ser controlado pelo Espírito Santo, ele irá preocupar-se mais com os sentimentos alheios do que em se movimentar para lá e para cá a todo vapor; isto se evidencia na sua amabilidade.
Mansidão – O cristão deve pedir ao Senhor Jesus que coloque mansidão em seu coração, para com todos.
Fé – A fé é outra características espiritual muito necessária ao colérico carnal.Uma das muitas passagens que nos mostram isto, é a declaração extraordinária de Paulo feita num navio, em meio a uma tempestade.
Humildade – O Espírito Santo conhecia bem a necessidade que Paulo tinha de humildade. Quando o Senhor Jesus falou a Paulo dos céus, dizendo: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues... Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões”, Paulo respondeu imediatamente : “Que farei, Senhor?”
O Senhor o instruiu a levantar-se e ir até à cidade, e imediatamente ele obedeceu. Dali por diante, sua vida foi caracterizada pela obediência instantânea, indicando uma entrega completa ao Espírito Santo.
Paulo entregou a sua férrea vontade colérica ao Senhor Jesus na estrada para Damasco. Cada ser humano recebeu do Senhor o livre-arbítrio, do qual pode fazer uso segundo a sua disposição. Paulo decidiu rejeitas a vontade-própria  e seu potencial instável, aceitando a vontade perfeita de Jesus Cristo.
Nosso Pai Celeste quer a nossa felicidade ainda, mais que nós mesmos. Não conheço um só crente infeliz cuja vida esteja real e totalmente submissa à vontade de Deus, mas conheço muitos crentes frustrados, que não querem entregar suas vidas a Deus.
A vida de Paulo é exemplo claro das palavras de Jesus: “Quem achar a sua vida, perdê-la-á; quem todavia perde a vida por minha causa, acha-la-á”.

MOÍSES, O MELANCÓLICO
O mais rico de todos os temperamentos é o melancólico. O melancólico, em geral, possui mente privilegiada e uma tremenda capacidade de experimentar toda gama de emoções. O segredo da motivação encontra-se em nosso processo de pensamentos, e a chave para p padrão adequado de pensamentos é uma vida cheia do Espírito Santo.
É perfeccionista por natureza, muito sensível e apreciador das belas-artes, analítico, abnegado, e amigo leal. Em geral não é extrovertido e  raramente se impõe. Ele tende a ser genioso, crítico, pessimista e egocêntrico.
Primeiramente, ele viveu antes de Pentecostes, quando o Espírito não habitava nos crentes, da forma como habita hoje. Mais importante ainda, é que a pessoa melancólica experimenta inúmeras flutuações de humor que nos confundem. A sua verdadeira fonte de controle só poderá ser determinada através da observação de seu comportamento durante certo período de tempo.
Depois de educado aprimoradamente durante quarenta anos de sede de cultura egípcia, este brilhante melancólico passou quarenta anos cuidando de animais num deserto distante. Com oitenta anos ouviu o chamado de Deus da sarça ardente, e durantes os quarenta anos seguintes foi um dos maiores líderes da história do mundo. A mudança operada nesse melancólico servo de Jeová foi gradativa, por vezes interrompida, nalgumas ocasiões foi eletrizante, em outra, nota-se até alguma regressão. Como qualquer cristão dos dias de hoje, Moisés só foi produtivo para Deus, quando controlado pelo Espírito Santo.

TALENTOSO
Em Atos capítulo sete, Estevão, primeiro mártir do cristianismo, nos informa que Moisés “foi educado em toda a ciência dos egípcios, e era poderoso em palavras e obras”. O Egito era aparentemente o centro da civilização nos dias de Moisés, e ele observou todo o conhecimento dos egípcios , sem deixar-se dominar por tudo aquilo.
A habilidade de Moisés em conduzir três milhões de pessoas através do deserto, controlando-as como juiz, profeta e mediador em relação a Deus, reflete  sua natureza excepcionalmente bem-dotada. Mesmo reconhecendo a direção especial de Deus e sua capacitação divina nesse servo melancólico, defrontamos-nos com um homem de imenso talento. Mesmo os historiadores seculares concordam em que Moisés terá sido um dos maiores homens de sua época.

ABNEGADO
Um dos marcos característicos do temperamento melancólico está no desejo de sacrifica-se a si próprio.
O serviço e o sacrifício não podem ser depreciados, mas a pessoa melancólica deverá examinar suas decisões para averiguar se estão realmente dirigidas por Deus e não motivadas por interesses egoístas. O livro de Hebreus, porém, revela como Moisés chegou à sua terminante decisão. “Pela fé Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus, a usufruir os prazeres transitórios do pecado, porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão. Pela fé ele abandonou o Egito nem ficou amedrontado pela cólera do rei; antes permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível”.
Todos os cristãos enfrentam esta decisão, em um outro nível. Parece mais fácil para a pessoa melancólica não se deixar iludir pelas recompensas vazias e falsas que este mundo oferece, e avaliar corretamente as coisas eternas. Tenho observado que muitos dos missionários que vão trabalhar no estrangeiro possuem um grau de temperamento melancólico acima do normal. Essa característica é um dos motivos que fazem muitos missionários bem-dotados renunciarem aos prazeres e aos bens materiais deste mundo a fim de servir a Jesus Cristo nesta terra e aguardar o seu “muito bem, servo bom e fiel”, além do galardão que “não desvanece, reservado no céu para vós”. A vida de Moisés é uma prova de que homem algum sai perdendo quando dá sua vida a Deus.

COMPLEXO DE INFERIORIDADE
As pessoas melancólicas são perfeccionistas; conseqüentemente é raro se satisfazerem com aquilo que fazem ou com aquilo que os outros fazem, porque não atingem os seus altos padrões de perfeição. Sem a ajuda do Espírito Santo, é quase impossível o melancólico receber congratulações ou elogios sinceros.
Os pais, ao perceberem esta tendência numa criança melancólica, precisam considerá-la de maneira especial, pois a crítica impressiona profundamente sua natureza sensível, e pode fazer com que ela desista de se esforçar mais.
As desculpas que Moisés deu ao Deus Todo-Poderoso quando conversaram junto à sarça ardente são exemplo clássico da depreciação que os melancólicos fazem de si mesmos. Felizmente, Moisés concordou, apesar das desculpas, e os acontecimentos posteriores provaram que tinha capacidade para fazer até mesmo aquilo que julgava não poder realizar. Então, poderá adotar como lema as palavras de Filipenses 4:13, sabendo que Deus mesmo suprirá todas as suas necessidades e lembrando que “se Deus é por nós, quem será contra nós?”
1 – Não tenho nenhum talento! Depois de aparecer a Moisés na sara ardente e revelar-lhe seu plano par conduzir os judeus para fora do Egito, e a uma terra “que mana leite e mel”, Deus disse a Moisés: “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito?”
Deus prometeu: “Certamente eu serei contigo!”. O que mais Moisés precisava?!
Se você, como cristão melancólico, tem a tendência de rejeitar as oportunidades de serviço cristão, sugiro que se lembre da promessa divina: “Certamente eu serei contigo!” Na verdade, desde que Deus habita em nós na pessoa do Seu Espírito Santo, não precisamos sequer de talento para servi-lo; devemos simplesmente submeter-nos à sua orientação.
2 – Não conheço teologia. A segunda desculpa do melancólico Moisés foi tão frágil quanto a primeira. Muitos cristãos modernos alegam ignorância como uma desculpa para não dar seu testemunho a favor de Cristo.
O Senhor Deus revelou-se a Moisés como soberano onipotente e imutável ao dizer: “Eu sou o que sou”. Então prosseguiu, informando-o ser ele o Deus de Abrãao, Isaque e Jacó, que prometeu livrar a Israel, e que Moisés deveria repetir-lhes as promessas de Deus.
De maneira palpável,  é isto que os cristãos de hoje fazem ao partilharem sua fé, ao ajudarem aos necessitados, e ao tomarem o partido da justiça na sociedade. Não é questão de quanto sabemos, mas de quanto nos importamos. Alguém já disse que a chave do sucesso na vida cristã não está na habilidade, mas na disponibilidade.
3 – ninguém acreditará em mim!  O medo de ser rejeitado faz parte do complexo de inferioridade do temperamento melancólico. Moisés revela claramente  este medo em sua desculpa, contradizendo diretamente a promessa de Deus. No capítulo 3, versículo 18, Deus prometera: “E ouvirão a tua voz...” Poderia ser mais explícito?! Deus afirmou a Moisés que Israel acreditaria nele, mas Moisés preferiu lembrar a rejeição que sofrera quarenta anos antes, por parte de alguns israelitas que ele tentara ajudar (Ex 2: 11-15).
Quanto mais cedo for reconhecido como pecado, mais depressa experimentaremos o poder do Espírito Santo em nossas vidas. Não somos responsáveis pelo sucesso ou pelas falhas de nosso testemunho; temos apenas de dar esse testemunho.
4 – Não posso falar em público! A quarta desculpa de Moisés é freqüentemente usada pelos crentes hoje em dia. Nas palavra de Moisés: “Nunca fui eloqüente...pois sou pesado de boca e pesado de língua”. “ E disse-lhe o Senhor: Quem fea a boca do homem? Ou quem faz o mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca, e te ensinarei o que hás de falar”. Embora os melancólicos não sejam talvez dinâmicos e carismáticos como os sangüíneos, o Espírito Santo certamente pode transformá-los em oradores eficazes.
Moisés não era grande orador, mas ser escolhido para pregar ou ensinar a Palavra de Deus não tem nada a ver com eloqüência – mas, sim, com a obediência. A resposta do Senhor a Moisés revela claramente que o sucesso espiritual é alcançado pelo poder de Deus, e não pelo nosso potencial e nossos talentos. A providência de Deus não pode ser medida pela incapacidade do homem.
5 – Não quero ir. Deus  tinha feito milagres para Moisés, tinha respondido a cada uma de suas dúvidas, e ainda lhe concedera o poder de realizar milagres, mas Moisés, mesmo assim, pediu que Deus enviasse outra pessoa em seu lugar simplesmente porque ele não queria ir.
É possível que essa quinta desculpa de Moisés esteja revelando sua hostilidade e amargura acumuladas durante os quarenta anos de seu isolamento no deserto. Do ponto de vista humano, é perfeitamente compreensível que tivesse profundo ressentimento ao se ver rejeitado pelo seu povo, quando se dispôs a deixar os prazeres e o prestígio de sua posição de líder no Egito por amor deles. Tenho a impressão de que este foi um dos fatores que o levara a tentar fugir do chamado de Deus.
Não há quem seja capaz de sentir maiores amarguras ou nutrir maiores ressentimentos do que o melancólico. Tal ingratidão não só entristece o Espírito Santo, como também produz uma personalidade muito desagradável. A amargura de Moisés nos leva a perceber quão grande é o poder do perdão. O perdão remove todo câncer espiritual.
Não devemos ficar desanimados se a transformação não for imediata, porque um molde ou modelo é constituído de muitas peças.
As desculpas do melancólico Moisés, que revelam seu complexo de inferioridade, foram todas baseadas em mentiras. Se você for dominado por complexo de inferioridade, está limitando a ação de Deus pela sua incredulidade. Uma de suas grandes necessidades é, portanto , a fé, e esta vem pela Palavra de Deus, através do Espírito Santo. É um dom que está à sua disposição, e El aumenta, “de fé em fé”, à medida que nos submetemos à orientação de Deus, passo a passo, até o destino que Ele nos designou.

A IRA DE MIOSÉS
Além do medo, a ira reprimida freqüentemente espreita o temperamento melancólico. Sua incapacidade de controlar essa emoção custou-lhe a satisfação de entrar com seu povo na Terra Prometida. Essa ira profunda que não só entristece ao Espírito de Deus, como também pode destruir a saúde de uma pessoa, é solo fértil onde cresce a irritabilidade.
O Senhor tinha oferecido a Moisés orientação e todo o poder necessário, contudo o desprezo de Moisés por essa direção e poder resultou numa auto-afirmação pecaminosa que prejudicou o seu testemunho e provocou o juízo de Deus.
Disse o Senhor a Moisés: Toma a vara, ajunta o povo...e, diante dele, falai à rocha, e dará a sua água; assim lhe tirareis água da rocha, e dareis a beber à congregação e aos seus animais”.
Então a natureza melancólica de Moisés explodiu de ira. “Então Moisés tomou a vara  de diante do Senhor, como lhe tinha ordenado. Moisés e Arão reuniram o povo diante da rocha, e lhe disseram: Ouvi, agora, rebeldes, porventura faremos sair água desta rocha para vós outro? Moisés levantou a mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais. Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não fareis entrar este povo na terra que lhe dei” (Nm 20:9-12).
Em vez de transmitir a graça e o poder de Deus, Moisés lhes comunicou sua própria ira e sua própria justiça. Seu mau exemplo encurtou a sua vida e sua liderança, porque Deus declarou que ele não entraria na Terra Prometida. Foi-lhe dado contemplar a Terra, do alto da montanha, pouco antes de morrer, mas um novo líder menos marcado do que ele, tomou lugar à frente do exército de Israel.
A ira não confessada continua prejudicando o povo de Deus. Entristece e apaga ao Espírito, priva os crentes das recompensas eternas, e até mesmo encurta vidas (ICo 11:30-32). A amarga experiência de Moisés se nos servir de lição, poderá fazer-nos lucrar e gozar das maiores bênçãos de Deus nesta vida e no porvir, isto é, buscarmos a graça transformadora do Espírito Santo ao invés da nossa ira para enfrentarmos toda e qualquer forma de situação adversa.

A DEPRESSÃO DE MOISÉS
Moisés é um dos três grande servos de Deus  que ficaram deprimidos a ponto de se desesperar da vida e pedir a Deus que lhes permitisse morrer.A depressão é o resultado emocional da auto-piedade. Não importa qual o seu temperamento, se você tiver dó de si mesmo ficará deprimido.
Em vez de confiar na providência de Deus, quando o povo se queixou do pão do céu chamado maná, ele passou a ter pena de si mesmo. “Por que fizeste mal a teu servo...visto que puseste sobre mim a carga de todo este povo?”, gemeu Moisés.
Deus promete nos apoiar em todas as ocasiões, e uma vez que Ele não pode falhar, é a nossa recusa em acreditar nEle e nos apropriarmos do Seu oferecimento que produz em nós a auto-piedade e a depressão.
Se, contudo, você se encontra em profunda depressão, terá de decidir-se: ou dará graças, não considerando as circunstâncias, como Deus ordenou, ou você continuará sentindo auto-piedade. É você quem resolve se quer ou não ser curado, e Cristo espera sua decisão para curar você.

O PERFECCIONISMO DE MOISÉS
Moisés era perfeccionista. O padrão divino de justiça é tão exato que somente um melancólico para tal tarefa. O Tabernáculo foi um dos instrumentos destacados de benção para o povo israelita na época do Velho Testamento, que a graça de Deus proporcionou, através das características perfeccionistas de Moisés, entregues ao Espírito Santo.Deus está sempre buscando essas características, a fim de abençoar a vida dos homens.
Uma boa ilustração disso na vida de Moisés está no capítulo 18 de Êxodo. O seu sogro, Jetro, foi visitar Moisés e a filha, encontrando o genro  tão ocupado administrando as leis, que não podia quase ocupar-se com a sua própria família. Moisés era tão consciencioso que estava tentando ajudar a todos que o procuravam. Trabalhando de manhã até à noite, voltava para sua tenda exausto. Jetro o aconselhou: “Não é bom o que fazes. Sem dúvida desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo: pois isto é pesado demais para ti; tu só não o podes fazer”. Ele aconselhou então Moisés a escolher homens qualificados, dividindo assim a população em pequenos grupos e fazendo com que esses homens liderassem cada um o seu grupo. Moisés segiu esse conselho e todos saíram lucrando!

A LEALDADE DE MOISÉS
Um dos traços mais admiráveis do melancólico é a sua lealdade e fidelidade. Essa características faz com que seja de maneira especial devotado a Deus, quando cheio do Espírito. Quando Moisés entregou sua vida a Deus, tornou-se exemplo dessa dedicação, dirigido pelo Espírito Santo. Foi de tal forma transformado, que de homem inseguro, desconfiado, pessimista, impulsivo e deprimido, passou a representar para o povo que obedeceu à sua liderança, a imagem de um pai responsável. À medida que Moisés andava com Deus, os israelitas também andavam.
Quando os problemas surgiam, ele buscava a direção divina. O poder transformador do Espírito Santo é demonstrado em quase todas as páginas. Isto não significa que Moisés fosse perfeito. Você encontrará diversas falhas em sua vida, indicando que era muito humano durante os anos em que serviu a Deus.
Mesmo os maiores cristãos cheios do Espírito provaram sua humanidade pelo fracasso. Moisés é bom exemplo de um temperamento cheio do Espírito, não porque fosse perfeito, mas porque a maior parte tempo deixou-se moldar por Deus. A falha dos cristãos melancólicos na sua busca por perfeição faz com que freqüentemente caiam em outro erro. Agora mesmo, em vez de remoer sua fraquezas, agradeça a Deus pelo Seu poder em sua vida e confie nele para a sua transformação.
 
ABRÃAO, O FLEUMÁTICO
As pessoas de mais fácil convivência são fleumáticas. Sua natureza calma e sossegada faz com que sejam benquistas por todos; sua agudeza de espírito e senso de humor tornam sua presença um prazer.
Além do Sr. Fleumático ser calmo e acessível, ele  é também agradável, portanto, trabalha muito bem com os outros. É uma pessoa eficiente, conservadora, digna de confiança, espirituosa, com a mente sempre voltada para o lado prático das coisas. Os fleumáticos revelam-se bons diplomatas porque são pacificadores por natureza. Quando motivados externamente, podem tornar-se líderes muito capazes.
Na realidade há uma solução melhor do que afogar-se para a letargia natural do temperamento fleumático, ou sua falta de motivação. Uma das nove forças do Espírito Santo é o domínio próprio. Portanto, a plenitude do Espírito Santo fará com que o fleumático não dê lugar à carne, e o motivará para o serviço. À  medida que se alimenta da Palavra e entrega sua mente ao Espírito Santo, ele receberá alvos e planos que o motivem. O segredo da motivação não é pressão sangüínea alta,  entusiasmo ou energia. É visão! Quando uma pessoa tem objetivos e alvos, ela está motivada. Conseqüentemente, o fleumático cheio do Espirito Santo será uma pessoa motivada, e sua visa diária demonstrará um temperamento transformado. Os fleumáticos, preocupados em obter uma motivação mais elevada para glorificar a Deus, deverão estudar as técnicas aplicadas pelo apóstolo Paulo na determinação de alvos,
Reverenciado por mais pessoas que qualquer outro homem da Bíblia, exceto o Senhor Jesus, Abrão jamais teria sido grande sem o poder transformador do Espírito Santo. Seus conflitos, devido ao temperamento fleumático, fornecem durante toda a sua vida um exemplo ideal do que Deus pode fazer com um fleumático entregue à Sua vontade. Sempre que ele andava no Espírito, dependendo do Senhor, era muito bem-sucedido. Mas quando entristecia o Espírito através do medo e da dúvida, fracassava por completo. O mesmo ocorre conosco hoje. Espero que lucremos com as experiências de Abrãao, o fleumático.

CAUTELOSO
A hesitação, indecisão, e o medo naturais ao fleumático, são vistos em Abrão na primeira vez em que aparece na Bíblia. Ele morava na cidade de Ur. Essa cidade era pervertida, não era lugar para o jovem casal que Deus selecionara para serem os ancestrais do Seu povo escolhido. Foi esse o motivo de Deus fazer o casal se afastarem daquela terra. Mas Abrãao dependia tanto dos seus pais e parentes, que em vez de obedecer inteiramente à ordem de Deus, parou em Harã com a família. Abrãao só obedeceu depois da morte de Terá, seu pai, quando o Senhor lhe falou novamente: e, mesmo assim, levou Ló, seu sobrinho em sua companhia.
Muitos cristão fleumáticos relutam em passar pela porta da oportunidade quando El se abre. Não é a falta de capacidade que priva os fleumáticos de alcançar maior sucesso, e sim a relutância em aventurar-se nos mares não mapeados do desconhecido. O fleumático se torna dinamicamente útil nas mãos do Senhor, somente quando aprende a confiar apenas em Deus. O seu “protetor” geralmente acaba gerando problemas desnecessários em sua vida, como Ló fez com Abrãao.
As promessas de Deus, feitas a Abrãao em Gênesis, indicam que Deus já tinha feito essas promessas a Abrãao. Foram necessários muitos anos para o fleumático confiar em Deus.Deus lhe fez seis promessas (Gn 12:1-3).
Ter fé é simplesmente confiar na palavra de Deus e avançar apoiado em Suas promessas. Mais tarde, Deus falou a Abrãao  sobre a promessa específica: “Darei à tua descendência esta terra”. Deus deixou o tempo passar para cumprir sua promessa de forma milagrosa.
A Bíblia nos ensina que Deus aumenta a nossa fé através das provações. Todo cristão medroso deveria apoiar-se na promessa: “fiel é o que vos chama, o qual também o fará”.

PACÍFICO
Uma das características mais admiráveis dos fleumáticos é o seu amor à paz. Seu desejo de paz e harmonia é, em geral, maior do que o de possuir bens pessoais.  Deus quer abençoar seus filhos, mas exige fé absoluta por parte deles.
Se não estivermos dispostos a confiar completamente no Senhor, perdemos bênçãos que Ele preparou para nós, ou então Ele permite que nos sobrevenham provações a fim de levar-nos a depender somente dEle.

LEAL
De todos os tipos de temperamentos, o Sr. Fleumático é o que suporta melhor a pressão, devido à sua natureza. O capítulo 14 de Gênesis relata uma experiência na vida de Abrãao.
Sua preocupação com os entes queridos durante uma emergência é maior que o seu amor pela segurança pessoal e proteção emocional.
Não encontramos qualquer traço de exibicionismo na vida de Abrãao. Os fleumáticos, mais do que qualquer outro temperamento, tendem a fazer “a coisa aceitável”. São os mais dispostos, de todos os temperamentos, a obedecer àquilo que Deus espera de um cristão.

PASSSIVO
A inclinação natural do fleumático para a paz envolve uma tendência à passividade face aos conflitos, a não ser quando se apresenta uma crise.
Ele amava a Ismael, o filho que teve com Hagar, mas não tinha forças para resistir à esposa, mesmo depois do erro cometido. Seria difícil descrever o trauma emocional que Abrãao  certamente sofreu, quando depois do nascimento de Isaque, teve de expulsar Ismael a quem ele amava, a fim de agradar à mulher.
Abrãao, o fleumático, nos oferece um bom exemplo, porque Deus modificou o seu temperamento e ele se tornou o líder do lar. Sara finalmente reconheceu ser ele o seu líder espiritual e o cabeça do lar.
Muitas mulheres de vontade forte rebelam-se contra o conceito bíblico da submissão da esposa ao marido, porque pelo seu temperamento acham mais fácil assumir a direção, tomar as decisões e mandar em todo mundo da casa, inclusive no marido. Isto sempre faz com que a felicidade acabe desaparecendo.
TEMEROSO
È quase impossível exagerar os efeitos negativos e destrutivos do medo. A única cura real para essa predisposição é o poder sobrenatural de Deus.
Apesar das muitas coisas positivas que dissemos a respeito do fleumático Abrãao, ele cometeu dois atos censuráveis e covardes, influenciado pelo medo.
O primeiro está marcado no capítulo 12 de Gênesis. Por causa da fome que assolava a terra, Abrão deixou de lado a vontade de Deus e foi para o Egito. Quando soube que o rei do Egito tinha um imenso harém, e não discriminava entre mulheres casadas e solteiras em sua seleção de esposas concubinas, Abrãao ficou com medo. Observando Sarai, Abrãao reconheceu sua beleza e temeu que os egípcios o matassem por causa de sua bela esposa. Sugeriu então: “Dize, pois, que és minha irmã para que me considerem por amor de ti e, por tua causa, me conservem a vida”. Pensando que Abrãao fosse seu irmão, o rei o tratou bem por causa dela. Somente através de uma praga de Deus foi que Faraó soube a verdade e Abrãao e sua esposa foram poupados de cometer um pecado grave. A covardia de Abrãao resultou na sua expulsão da terra, dando péssimo testemunho do Senhor naquela nação pagã. Esta mancha na vida de Abrãao teria sido evitada se ele tivesse confiado em Deus, para sua alimentação e segurança.
Deus estava pronto a matar Abimeleque a fim de evitar que as promessas que fizera a Abrão e Sarai fossem anuladas. O padrão divino de moralidade não abre exceções – a mentira é pecado e o adultério também é pecado. Os nossos  pretextos e nossas concessões jamais melhoram o plano e a provisão de Deus.
Até o nascimento de Isaque, a fé que Abrãao  era uma experiência de crescimento, que por vezes fraquejava e a seguir avançava. Ele ficou sendo finalmente conhecido como “o pai dos fiéis”, antepassado daqueles que depositaram em Deus a sua fé.
Isto não significa que Abrãao tivesse sempre obedecido a Deus. Significa que sua fé se tornou exemplo de submissão incondicional para todos aqueles que querem conhecer o Salvador. A chave para a fé consistente é ouvir a Palavra de Deus, obedecê-la como instrução digna de confiança de um Pai amoroso, e confessar e abandonar todo erro.

A TRANSFORMAÇÃO DE ABRÃAO
A força da fé possuída por Abrãao é dramaticamente demonstrada no sacrifício de seu filho Isaque, ordenado por Deus. Gênesis 22 diz que Deus testou Abrãao, instruindo-o a tomar o filho a quem amava e a oferecê-lo em holocasuto sobre um dos montes, “que eu te mostrarei”. Abrãao levou o filho ao tal monte Moriá e preparou-se para ali sacrificá-lo. Mas Deus só queria a máxima lealdade de Abrãao, e não o corpo de seu filho. Ele impediu Abrãao de cumprir o sacrifício dizendo: “Pois, agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho”. Deus providenciou um carneiro como oferta substitutiva pela morte de Isaque, prefigurando a maneira como, muitas gerações mais tarde, Jesus Cristo seria a oferta perfeita pelos pecados de toda a humanidade. Foi pedido a Abrãao, o pai dos fiéis, que se dispusesse a entregar o seu filho; Deus deu, porém, na verdade do Seu filho unigênito.
O crescimento de Abrãao na fé mostra-nos o crescimento gradual que Deus dá a todo crente. Onde Abrãao obteve essa fé? Ela foi um resultado da confiança que depositou na Palavra de Deus, agindo conforme as suas promessas. Deus tinha claramente prometido posteridade a Isaque, e Abrãao creu que nem a morte poderia impedi-la. A fé não precisa de respostas; só de direção. A transformação de Abrão fez dele um dos maiores homens que já viveu, não porque tivesse temperamento fleumático, mas apesar desse seu temperamento. A transformação do temperamento está ao alcance de todo filho de Deus que almeja a plenitude do Espírito e a orientação da Palavra de Deus.

O ANDAR TRANSFORMADO
O segrdo do temperamento transformado está em deixar-se encher pelo Espírito Santo, não apenas esporadicamente, mas continuamente, sempre. Muitos crentes têm ficado desanimados por pensarem que essa plenitude do Espírito Santo só se alcança um ou outra vez, mas Efésios nos diz que devemos reabastecermos-nos continuamente do Espírito. Em outras palavras, procure reabastecer-se continuamente do Espírito. “Digo porém: Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”.

COMO ENCHER-SE DO ESPÍRITO SANTO
Em poucas palavras, os passos para a plenitude do Espírito são os seguintes:
- Examine-se e confesse todo pecado conhecido (I Jo 1:9)
- Submeta-se inteiramente a Deus (Rm ¨:11-13)
- Peça a plenitude do Espírito (Lc 11:13)
- Aproprie-se da promessa de Deus e creia que já recebeu a plenitude do Espírito (Rm 14:23)
- Agradeça-lhe pela plenitude, e repita isso cada vez que você reconhecer o seu pecado (I ts 5:18).
Uma das razões pelas quais alguns crentes hesitam em acreditar que receberam o Espírito é que não vêem uma mudança imediata em suas vidas, ou então, havendo uma mudança é de curta duração. Dois fatores importantes influem nisso: o temperamento e o hábito; e ambos funcionam juntos. No momento em que entra o pecado, o Espírito sai, e o crente desiludido chega a pensar: “A coisa não funciona comigo”.
O que tais pessoas precisam reconhecer é que nossos sentimentos são um resultado dos nossos padrões de pensamento. Você se sente negativo quando pensa negativamente. O povo de Deus precisa encher as suas mentes com a Palavra de Deus, para que os seus sentimentos correspondem à pureza de Deus.
Ter fé é acreditar naquilo que Deus diz, e agir apoiado em Suas promessas. Qualquer sentimento inferior a esse, é pecaminoso, impedindo a obra do Espírito Santo na transformação do temperamento.

COMO ANDAR NO ESPÍRITO
Uma coisa é entrar na vida de plenitude e absolutamente outra é andar cada dia em sujeição ao Espírito. Da mesma forma que recebemos ordem para ”enchermos-nos  do Espírito”, temos também instrução para “andarmos no Espírito”. É um mandamento divino,  porque Deus quer acertar as nossas vidas, e não confundi-las ainda mais. Passos para andar no Espírito:
1 – Faça da plenitude do Espírito uma prioridade a cada dia. Você não pode andar no Espírito a não ser que sinceramente deseje isso, e a não ser que ele passe a habitar em você. Somente quando desejarmos, consciente e inconscientemente, a plenitude do Espírito Santo, mais do que qualquer outra coisa no mundo, é que estaremos dispostos a pôr de lado nossos sentimentos mesquinhos de cobiça, ansiedade, auto-piedade e ira.
Um bom exercício espiritual  seria preparar uma lista incluidno o tipo de pessoa que você mais gostaria de ser. A sua alegria na vida depende principalmente da realização dos alvos espirituais propostos, e não da fama, da fortuna, da alimentação e dos divertimentos, que são os objetivos das pessoas mundanas, e aparentemente, de muitos cristãos.
2 – Aguce a sua sensibilidade em relação ao pecado. Já vimos que p pecado bloqueia o poder do Espírito Santo em nossas vidas. A principal vantagem do estudo dos temperamentos é podermos diagnosticar as nossas principais fraquezas. O principal segredo para se alcançar a vida vitoriosa é a prática da confissão instantânea.
3 – Leia e estude diariamente a Palavra de Deus. Estou convicto, depois de muito observar, que é impossível para o cristão “andar no Espírito”, a não ser que ele tenha o hábito de nutrir com a Palavra de Deus a sua mente e o seu coração, com regularidade. Uma das razões por que os cristão não “encaram” os acontecimentos da vida da mesma forma como Deus o faz, é pelo fato de não conhecerem o caminho de Deus através da Sua Palavra.
Lembre-se de que leva algum tempo até que nossas mentes sejam reorientadas da sabedoria humana para a sabedoria divina. Assim, a leitura diária da Bíblia é essencial!
Os bons hábitos mentais exigem autodisciplina para o seu desenvolvimento, mas uma vez estabelecidos, esses hábitos tornam-se parte de nós. A nutrição constante por meio da Palavra de Deus produz resultado sobremaneira interessantes. A mente repleta da Palavra de Deus e por ela controlada terá o mesmo efeito sobre nossas emoções que a mente cheia do Espírito Santo, controlada pelo Espírito. Crie hábito: ler a Bíblia e meditar nela à noite. A mente digere os eventos e pensamentos do dia, especialmente as últimas coisas nas quais pensamos antes de dormir.
Outro hábito valioso é a meditação.Para mim é o mesmo que “pensar”. A mente está sempre funcionando, e nossa vontade determina se nossa mente vai trabalhar por nós ou contra nós. A mente tem de meditar nos critérios e verdades da Palavra de Deus, se quiser trabalhar para o bem.
À medida que você se esforça para guardar a Palavra de Deus em seu coração, sua memória irá melhorar também em relação a outras coisas.
4 – Evite entristecer o Espírito Santo. O próximo passo para andar no Espírito é uma extensão do passo número dois: aguçar a sensibilidade em relação ao pecado. Além de fazer uma confissão imediata, eles devem decidir mostrar-se amorosos, bondosos, revelando espírito de mansidão e perdão.
Quando você preza a plenitude do Espírito Santo, acima de tudo o mais, não permitirá que a ira, a animosidade, ou a falta de perdão, entristeçam o Espírito Santo. Você sabe que teria de pagar muito caro por isso!
5 – Evite extinguir o Espírito pelo medo e preocupação. Quando um crente diz: “Não compreendo por que Deus deixou esta coisa horrível acontecer comigo”, ele já apagou o Espírito pelo medo, e não está andando no Espírito. O cristão confiante em Deus poderia enfrentar a mesma situação e dizer: “Agradeço a Deus porque ele está controlando a minha vida! Não entendo o que está acontecendo comigo neste momento, mas confio em Sua promessa de que ele nunca me deixará e suprirá toadas as minhas necessidades”.
Quanto mais a sua mente se encher da Palavra de Deus, tanto mais os seus sentimentos se inclinarão para a fé. Devemos examinar a Palavra de Deus, a fim de descobrir qual será a oração proveitosa.
Todas as pessoas que vivem constantemente preocupadas devem procurar memorizar o texto de Filipenses 4: 6-7.
O segredo que nos leva a uma atitude de ação de graças é conhecer intimamente a Deus como ele se revela na Palavra. Isso requer leitura bíblica, estudo e meditação. Quando a fé for firmada pela Palavra, será mais fácil dar graças, mas ainda assim trata-se de um ato de vontade. Se você não aceitou a direção completa de Deus para a sua vida, você se queixará porque duvidará que as coisas possam correr bem. A dúvida apaga o Espírito e desvia-nos do verdadeiro crescimento.
Só Deus pode produzir alegria e paz em face do caos aparente. Porém os sentimentos bons não surgiram até que o servo começasse a agradecer a Deus, pela fé.Há uma terapia misteriosa na ação de graças; o louvor invoca a ministração emocional do Espírito Santo. A Sua paz permanece, apesar do problema ainda não ter sido resolvido.
Esta lição valiosa nos mostra que há duas espécies de agradecimento. O primeiro tipo de gratidão é natural e fácil, quando andamos pelo que vemos:sabemos onde vamos e as perspectivas são agradáveis. O segundo é sobrenatural, e exige fé: não conseguimos ver o que Deus está fazendo, nem porque Ele age dessa forma, mas somos gratos pela Sua direção e porque não ira desamparar-nos. Essa espécie de ação de graças vem com o andar no Espírito.
Muitos cristãos não tem consciência do que Deus fez por eles, porque não começaram ainda a contar suas bênçãos. É muito importante orar “com gratidão” e “em tudo dar graças”, assim como ler as Escrituras à noite. Embora possa ser difícil, a outra estratégia para dar graças é fazê-lo em primeiro lugar, pela manhã.
O que você pensa durante esse tempo estabelece o seu padrão emocional para o resto do dia.
O salmista nos ajuda: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e nos alegremo-nos nEle” (Sl 118:24). Depois de iniciar o seu dia com louvor, se entregue novamente a Deus conforma diz Romanos 6:11-13.
Diga-Lhe que você esta disposto a partilhar sua fé com os necessitados que Ele lhe enviar. Entregue os seus lábios ao Espírito Santo e deixe que Ele inicie a conversa. Ande no Espírito e você produzira frutos para Deus. No momento em que sentir que entristeceu ou apagou o Espírito, confesse o seu pecado, e mais uma vez peca a Sua plenitude. Se você seguir estes passos, o seu temperamento será realmente transformado!

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