sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O VALOR DA “CULTURA” PARA O EDUCADOR E EDUCANDO

O VALOR DA “CULTURA” PARA O EDUCADOR E EDUCANDO


NO ENSINO APRENDIZAGEM DA ATUALIDADE.

NUNES, Joel Costa

RESUMO

Celso Antunes, juntamente com outros teóricos da educação na obra Novas Maneiras de Ensinar – Novas Formas de Aprender, apresenta o valor da cultura(*) no ensino-aprendizagem dessa nova geração de educando e educadores. O valor cultural, por sua vez, é objeto de estudo da filosofia, da psicologia e da sociologia. Do ponto de vista filosófico, sociológico e psicológico, o valor cultural recebeu as mais variadas definições e promoveu inúmeras discussões paralelas. Partindo desses referenciais, bem como do
pronunciamento do Senador Cristovam Buarque (Recife, 20 de fevereiro de 1944) sobre cultura, desenvolveremos nossas discussões. Com base e fundamentado no argumento de Buarque de que no Brasil “Estamos em um deserto cultural”; levantamos algumas indagações, entre elas, quais são as causas que nos mantém ainda nesse deserto? Não obstante a existencia tanta riqueza mineral, industrial, territórial; um Brasil com cerca de 5.000 (cinco mil cidades), uma população que se aproxima de 200 milhões, sendo que 70.000 milhões de pessoas moram em 12 grandes cidades metropolitanas; quais são os motivos relevante que nos fazem viver e permancer ainda em um grande Saara Cultural? O que nos mantém, nos prende e nos segura na enorme Patagônia Cultural? A falta de conhecimento ético, filosófico e científico nos faz estar em um deserto cultural, que sem dúvidas é um fato social, e ao município, estado e nação cabem ações para garantir o ensino público de qualidade em todo o país, a fim de sustentar o desenvolvimento ético e cultural dos educandos com autonomia. Não há falta não de riquezas, mas sim de cultura, para mudar a historia desse país. Essas são as preocupações que norteiam nosso artigo.



Palavras-Chave: Cultura - Educação – Deserto Cultural.

INTRODUÇÃO

Ao apresentar o presente artigo, estou ciente que poderá surgir argumentações de não conformidade com o tema em foco; todavia, acadêmicos e educadores são cônscios que há várias maneiras de entender o que é cultura; e podemos localizar duas concepções básicas. A primeira dessas concepções preocupa-se com todos os aspectos de uma realidade social. Assim, cultura diz respeito a tudo aquilo que caracteriza a existência social de um povo ou nação, ou então de grupos no interior de uma sociedade, logo trata-se de um âmbito de cultura francesa, japonesa ou na cultura xavante; sendo nesses casos cultura refere-se a realidades sociais bem distintas.

Na segunda concepção básica de cultura, refere-se mais especificamente ao conhecimento, vinculando-se ao pensar ético, dentro de uma elevação cultural necessária para a eliminação da marginalização do saber.

Então perceber e diferenciar os enfoques mais constantes e mais ricos de cultura, é fundamental ao educador e educando no processo de ensino e aprendizagem da atualidade; centralizado no enfoque filosófico, e humanista, bem como etnológico e sem deixar o sentido também da antropologia cultural. A cultura é o desenvolvimento intelectual do ser humano, e os costumes e valores de uma sociedade. A ausência ou presença da cultura, reflete-se nos mais diversos âmbitos da vida em sociedade, e o presente artigo esta vinculado ao estudo de caso relativos a isso, proveniente de análise e observação dos educandos e educadores da Escola Estadual de Educação Básica Governador Julio Strubing Muller, exclusivamente alunos do 8º e 9º ano do período da tarde, no período de estagio, do quarto semestre do curso de Docência em Ciências Humanas, oferecido pelo Univag Centro Universitário.

Não percebe-se que o ensinador esta interagindo com os saberes mediadores do desenvolvimento intelectual, do valor da cultura, da cidadania do aluno, mas centraliza seu olhar pedagógico, apenas na disciplina conteudista; conteudista não no sentido pejorativo, mas da dimensão e amplitude que necessariamente lhe é obrigado a ter.

É necessário entender que sem a menor reflexão vinculada com a realidade cultural do aluno, sem preocupar-se em torná-la significativa para o educando, não há ensino e aprendizagem plena. Os princípios considerados relevantes no pensar do ministro da Cultura, senhor Juca Ferreira : “A arte e a cultura têm um papel decisivo na realização plena de cada brasileiro”, são indispensáveis para o educador.

O ministro Juca Ferreira destaca ainda sobre o dia da Cultura Brasileira, a ser comemorado aos dias 05 de novembro de cada ano. Essas propostas ao pensar e valorização da cultura podem mudar nossa política cultural, democratizar o acesso à cultura e aos recursos para a produção e promover as manifestações artísticas de todos os cantos do país” conclui o Ferreira.

Diante do exposto acima, não identificamos a ação da gestão escolar para promover eventos culturais, para despertar interrese na mente do aluno para com a importância de obter mais cultura. mais conhecimento, mais saberes.

Nota-seercebe-se professores e alunos ainda não abriram o entendimento para o valor da cultura, da história e das conquistas de seu povo.

REFERENCIAL TEÓRICO

O propósito dessa pesquisa é apresentar o valor da Cultura, constituída por meio da autonomia, que é a constituição da vontade da pessoa que qualifica o poder de decisão, de um individuo em relação aquilo que este considera como seu bem estar, a fim de melhor viver e conviver em sociedade. Com base nos escritos e o pensar de Cristovam Buarque, de Haward Gardner (1995) e Celso Antunes (2002), entendemos que a educação traz cultura à sociedade e, por meio dela, as oportunidades, que, por sua vez são transformadas em produtividade que geram riqueza para o país bem como pessoas autonomas, que compartilham seus ideias, seus anseios, suas conquistas com base na solidariedade.

Por isso Delore afirma que:



Aprender a conhecer, adquirir os instrumentos da compreensão, dominar os instrumentos de conhecimento, isto é aprender a aprender, fornecer as bases para o aprender durante a vida inteira; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente. Uma combinação de competência técnica com a social e a capacidade de trabalhar em equipe, com iniciativa própria; aprender a viver junto com as outras pessoas, conhecer sua história, cooperar, participar de projetos comuns, criando nova mentalidade de partilhar da realização da vida, de melhor qualidade para todos incluindo aqueles ainda excluídos dessas qualidades vitais; e aprender a ser, é fundamental integrar os três anteriores, envolve discernimento, imaginação, capacidade de cuidar do seu destino. (DELORE, 1996 in MERCADO 1999).



Nessa mesma linha Moacir Gadotti escreve:

É importante que a formação continuada e permanente dos educadores e das educadoras, seja realizada, na atualidade, com base no entendimento da multiculturalidade, enquanto criação histórica que como tal, exige de todos nós o estabelecimento democrático e coletivo de fins comum para uma convivência ética. (GADOTTI, 1992).



Assim como Delore e Moacir Gadotti pensam, entendo que ensinar é garantir que os conhecimentos, façam um sentido amplo para todos os estudantes, em sua vida para além da sala de aula, ou seja, para que possam, efetivamente, construir e promover a cultura, tendo consequentemente uma sociedade mais justa e sem barreiras sócio-culturais.

Para Gardner (1995), se o Brasil que ser um força importante no século XXI, tem de buscar um forma de Educar que tenha mais a ver com o seu povo, e não apenas imitar experiências de fora, como as dos Estados Unidos e da Europa. Restabeler a ética, resgatar os valores e revitalizar a educação cultural influenciar profissionais que pensem as práticas pedagógicas associada ao seu contexto sócio-cultural.

O profissional necessita entender a educação, a lacuna cultural existente, trabalhar essa realidade, concebê-la em sua totalidade e fazer transposição didática, ou seja do conhecimento de sua realidade para dentro da escola, a fim efetuar a libertação dos sentidos que mormente estão presos, dominados e coagidos pelo sistema cultural vigente.

A educação fundamental para o avanço e progresso cultural. Há desertos frios, como a Grande Bacia, e quentes como o Sonoran; ambos nos Estados Unidos, bem como o Victória na Austrália. Entre os desertos quentes, existem os litorâneos. São zonas áridas que se formaram em regiões costeiras, onde as correntes oceânicas frias encontram um continente mais quente. Em conseqüência desse forte calor, não se formam nuvens, não chove e o solo permanece seco, tal como é o Atacama, ao norte do Chile.

Utilizando-se dessas analogias para refletir sobre agravante situação cultural que permeia de Leste ao Oeste e Norte ao Sul desse país; tornar-se relevante o pensar de Buarque, ao pronunciar sobre o estado caótico da cultura brasileira, ser um reflexo da educação, conforme sua avaliação, a deficiência em termos de acesso à cultura, reflete-se na “alma” dos brasileiros, contribuindo para a falta de valores, de solidariedade, para a elevação da corrupção e o aumento da violência.

Para tirar o país dessa posição de impossibilidade ao acesso democrático do saber rigoroso e sistemático, é necessário chover, sim, chover as chuvas que valorizam o intelecto, que facultam primazia ao saberes que são delineados nos temas transversais, sendo distribuído a todos, sem restrições de cor, raça ou religiosidade.

Ao pensar sobre os filósofos das luzes do século XVIII, nota-se que a educação se tornou, pelo menos em princípio um direito de todos, todavia em tempos pós-modernos há ainda é grande lacuna a ser preenchida, em meio ao fracasso escolar reconhecido por muitos teóricos da educação.

O intelecto é uma faculdade, portanto um ato, o exercício deste ato é a inteligência. Por isso, denomina-se inteligente àquele que faz o uso desta faculdade, porém o que se vê é o desprezo de muitos pela intelectualidade, a prova disso é que muitos alunos afirmam que já concluíram seus estudos ao estacionarem no antigo segundo grau. São analfabetos do pensar, que permanecerão dominados pelo sistema corrupto e selvagem do capitalismo.

Comênio (1592-1670), o pai da didática moderna, filósofo tcheco, combateu o sistema medieval, defendeu o ensino de “tudo para todos” e foi o primeiro teórico a respeitar a inteligência e os sentimentos do educando. É notório que o professor no nosso país está com uma imagem desgastada e desvalorizada, não precisa ser especialista no assunto para detectar essa realidade.

Consideremos alguns fatos referente ao pronunciamento de Buarque; Brasil qual é o prestígio do professor ? E como esta a média salarial dos educadores ?. A sociedade valoriza o saber dos nossos mestres, o desgastado sistema governamental, faz planos e ações a fim de valorizar e enriquecer nosso povo de cultura. Quantos livros esta lendo o brasileiro por ano ?. Quantos filhos estão na faculdade ?

A Escola Estadual de Educação Básica Governador Júlio Strubing Müller, encontra-se na Avenida Ari Paes Barreto – S/N – Bairro Cristo Rei. no Município de Várzea Grande no Estado de Mato Grosso. Atualmente, devido à reforma de infra-estrutura física da escola, visando à adequação proveniente da grande demanda de alunos existente, uma parte do Ensino Fundamental da referida Escola utiliza provisoriamente 10 salas de aula do Bloco C da UNIVAG, no período matutino e vespertino, além da utilização dos demais serviços que a Universidade oferece. Rfletir sobre o desenvolvimento ético e cultural evidenciado nos alunos da Escola Estadual Julio Strubing Muller, do 8º e 9º série do vespertino, é fundamental, pois nota-se a realidade enfoca pelo professor Cristovam Buarque, um deserto cultural. No início do dia escolar, a sala de aula está organizada e limpa com a mesa do professor do lado do quadro e as cadeiras dos alunos de forma enfileirada, no momento em que os alunos entram em sala eles se colocam de forma que uma cadeira fique de frente para cada um, de modo que eles possam colocar os pés em cima da cadeira, além disso, no final do período das aulas a sala está toda fora dos parâmetros, com papéis de balas, chicletes e folhas de caderno jogadas ao chão.

Nota-se que tempo do início das aulas não é todo comprometido, porém nos momentos do intervalos são. O início das aulas é sinalizado por sinais sonoros e a recepção dos alunos é feito pelos profissionais técnico-administrativos da escola, e muitos gritas, e falatórios se ouve nesses momentos, que são marcantes para cada aluno.

O horário destinado à aula seria mais bem utilizado se fosse trabalhado com os alunos os temas transversais, em lugar de passar a aula inteira copiando do quadro negro, a matéria cujo o conteúdo não possibilite a socialização com o contexto vivenciado pelos educandos.

Percebe-se que em sala de aula não há ornamentações, ou outros meios de comunicação nas paredes que poderiam ter mensagens de incentivo ao saber. Nesses casos os temas transversais poderiam ser focalizados.

Nota-se que atualmente na escola observada o professor regente continua praticando o método tradicional de ensino; tendo o aluno como um mero receptor da matéria que reproduz mecanicamente o que recebe, quando o educando seria o construção do conhecimento, que mediador pelo professor, construiriam pontes do saber vinculado ao senso comum elevando-se ao senso critico científico, enriquecendo então a forma de pensar o mundo social, que é carente de pessoas para o transformar.

Então diante desses fatos escolares, repito que percebemos a utilizados dos temas transversais, que estão vinculados aos assuntos pertinentes a ética, educação ambiental, orientação sexual, pluralidade cultural e saúde. Ainda sob o prisma da observação não identificamos um plano de aula com métodos e procedimentos que estimule à aprendizagem e seja motivo gerador de cultura no educando.

O contexto pedagógico atual exige do professor além da formação acadêmica, uma formação pedagógica para que o conteúdo seja organizado nos seus aspectos teóricos e práticos. De acordo com o professor, o seu trabalho se desenvolve de acordo com o plano de ensino e seu trabalho segue os objetivos do ensino da matéria.

Como foram observadas, as matérias são passadas não se preocupando em verificar se os alunos estão compreendendo o significado. Desta maneira não há como haver intervenção por parte do aluno, que fica preocupado apenas em copiar a matéria e a preocupação e a preocupação do professor é terminar o conteúdo programado para aquele período.

O currículo não segue os eixos temáticos apresentados no PCNs na área História, porque não foi observado assunto sobre os temas transversais e percebe-se uma ausência no conteúdo do currículo do eixo temático regional, pois não houve em momento algum de matérias sobre Mato Grosso, seus aspectos naturais e culturais.

A falta de cultura é reflexo da exclusão social, da desigualdade de oportunidades, que desencadeia na violência por todos os lados, todavia o Ensino Fundamental é o principal componente para essa mudança de comportamento da sociedade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não obstante o argumento do professor Cristovam Buarque, ao deserto cultural, ser relevante, a educação brasileira, a partir do ano de 96, recebe novas regulamentações legais. No período de 95 a 98, o Ministério da Educação e Desportos elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que, vinculados à Nova LDB – 9.394, visam estabelecer diretrizes para o currículo do ensino fundamental (1º ao 9º ano) e servir como referência nacional, seja para a prática educacional, seja para as ações políticas no âmbito da educação. Diante disso entendemos que o crescimento cultural, do aluno é necessariamente o ponto de foco do professor. A interdisciplinaridade faz o aluno transpor as barreiras interpretativas das disciplinas, as quais visam construir, formar um aluno capaz de interagir com as diversas disciplinas do conhecimento.

A cultura faz o homem preservar o meio ambiente, pois lhe é facultado o poder de conhecer as terríveis conseqüências da destruição ambiental, a cultura faz nortear a vida pública, quando direitos da cidadania não são negados, a presença valorativa da cultura manifesta o verdadeiro aprendizado que transforma a qualidade de pensar do ser humano fazendo-o crítico e questionador, por meio da cultura, do processo educacionista que ele mesmo faz parte com a interação social, política e econômica.

Para Émile Durkheim, criador da sociologia da educação, a principal função do professor é formar cidadãos capazes de contribuir para a harmonia social, com capacidade de aprender não só na escola, mas em todos os momentos e lugares. Conforme a visão pedagógica da pesquisadora italiana, Maria Montessori o potencial de aprender está em cada um de nós. Por meio interdisciplinaridade o aluno é capaz de transpor as barreiras interpretativas das disciplinas, as quais visam construir, formar um aluno para interagir com as diversas disciplinas do conhecimento.

Como fazer inclusão cultural? Cinco elementos são fundamentais para mudar e enriquecer a cultura e educação brasileira e conseqüentemente melhorar a imagem do professor.

1) A Aula: A aula deve ser o momento de usar a fala. Falar é uma ferramenta imprescindível para o aprender. Proibir o aluno de falar é impedir a sua aprendizagem. Porém, há duas falas diferentes no contexto escolar: a fala descontextualizada do aprender (que não provoca o processo de aprendizagem) e a fala canalizada ( que organiza o aprender).

Para chegar a uma fala canalizada com os alunos é necessário aprender novas formas de dar aula. A aula pode ser expositiva, mas também pode ser através de projetos, seqüencias didáticas, roda da conversa, jogo de palavras, enfim, outras formas que possibilitem os alunos usarem a sua fala de forma organizada.

2) O Conteúdo: Os conteúdos são os ensinamentos que são passados aos alunos. O conteúdo não pode ser metálico e vazio. Devemos perceber-los como ferramentas capazes de desenvolver competências. O aluno tem que aprender a argumentar, a pensar, a ter idéia. O mundo está acontecendo e os conteúdos estão a margem desses acontecimentos. Por isso mesmo os conteúdos devem ter "cheiro, gosto, cor e alma". Só assim poderemos formar gente e não apenas intelectuais.

3) O Professor: O professor deve ser o propositor, o interrogador, o instigador, aquele que ajuda a aprender. Assim, ele deve levar para a sala de aula alguns pontos de exclamação, mas principalmente, muitos pontos de interrogação. Os alunos devem ser induzidos a pensar, a encontrar argumentos.

4) A Linguagem: Alguns professores acreditam que o texto é a única forma de ensinar algo ao aluno. Mas a escola é um espaço propício para o convívio de diferentes linguagens. A música, a mímica, a dramatização, a colagem, o slogan, a escultura são apenas alguns exemplos de linguagens que podem estar presentes no dia-a-dia da escola.

5) A Avaliação: A proposta é olhar a avaliação como quem vê caminhos. É ter olhos para o amanhã, para o progresso. Avaliar apenas para dar uma nota não faz sentido algum. No processo ensino-aprendizagem, é preciso pensar em estratégias e possibilidades que favoreçam a prática pedagógica, “onde o professor possa estimular seus alunos a tornarem-se mais humanos” (LADISLAU, 2000).

Para deixar de existir esse tão imensurável deserto cultural identificado por Cristovam Buarque, o brasileiro deve aprender a conhecer e ter cultura reflexiva, atitudes éticas, não perguntando : O que eu ganho com isso ? Mas indagando: O que e como deve fazer diante disso?

O mais célebre educador brasileiro, trabalhador nesse grande deserto cultural, sendo como a voz dos mudos, como pai de órfãos e o defensor de viúvas e menos favorecidos do saber, delineava que o objetivo da escola é ensinar o aluno a “ler o mundo” para poder transformá-lo. Para o educador da Universidade de São Paulo (USP) Luis Carlos de Menezes, muito se tem falado e escrito sobre os problemas da educação, tendo como resultado uma educação frustrada.

Gardner assevera que o país precisa olhar para o espelho, em vez de ficar olhando a bússola de americanos e europeus. Para acontecer o êxodo cultural é indispensável a valorização da vida intelectual; não refere-se as síndromes de demências de pseudos intelectuais, que estão cheios de egoísmos e tão gélidos que não percebem a necessidade do outro. Cristovam Buarque em comemoração a proclamação da República em 15 de novembro do corrente ano, afirmou que o processo iniciado em 1889 não estará completo enquanto o país permanecer socialmente dividido, ressaltou ainda que a diferença se expressa na educação, o senador observou que se no Império as escolas públicas eram reservadas aos filhos da elite, elas foram relegadas às camadas mais pobres da população com o processo urbanizatório, tornando-se “escolas de faz-de-conta, conclui o professor Buarque. Para a transformação desse deserto cultural requer do profissional constante aperfeiçoamento; influenciar os educandos a ter a capacidade de aprender não só na escola, mas em todos os momentos e lugares.

Assegurar o valor da cultura para o ensino-aprendizagem da atualidade é o legado indispensável; Cristovam Buarque, como professor universitário e senador em um seus últimos pronunciamentos afirmou: “nós só poderemos dizer que temos uma Educação de qualidade no Brasil, no dia em que a filha da empregada estudar na mesma escola da filha da patroa, o filho do eleitor estudar na mesma escola do filho do eleito.” conclui a autoridade em Educação. Portanto trabalhemos esses aspectos para que em gerações futuras não mais afirmem que estamos em um deserto cultural, deixemos esse legado!.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Revista Nova Escola – Edição Especial

Revista Nova Escola – Agosto / 2009

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