Este trabalho como parte essencial do Curso Bacharelado em Teologia, consiste em discorrer sobre o Salmo 124, que faz parte da grande coleção de Saltérios da Bíblia.
O Livro dos Salmos é o maior e talvez o mais amplamente usado livro da Bíblia. Ele explora o mais profundo da experiência humana de uma forma muito pessoal e prática. Seus 150 “cânticos” permeiam da Criação aos períodos patriarcal, teocrático, monárquico, exílico e pós-exílico.
A tremenda amplitude do tema nos Salmos inclui diversos tópicos, tais como: júbilo, guerra, paz, culto, juízo,
profecia messiânica, louvor e lamentação. Eram entoados como o acompanhamento de instrumentos de corda e, serviram como hinário do templo e guia devocional para o povo judeu.
O Livro foi gradualmente colecionado e originalmente intitulado, talvez devido à grande variedade de material. Veio a ser conhecido como Sepher Tehillim – “Livro dos Louvores” – em virtude de quase todo salmo conter alguma nota de louvor a Deus. A Septuaginta (LXX) usa a palavra grega “Psalmoi” como título para este livro, significando poemas entoados com acompanhamento de instrumentos musicais. Ele também é chamado “Psalterium” (coleção de cânticos, pelo Codex Alexandrinus) , e esta palavra é a base para o termo “Saltério”. O título latino é “Liber Psalmorum”, “Livro de Salmos”.
A literatura que abrange o Livro dos Salmos é extensa, mas cabe aqui apresentar algumas referências. Em português temos os comentários de Agostinho publicados pela Editora Paulus, em dois volumes, a partir do original em latim. Martinho Lutero tem seus comentários publicados pela editora Sinodal. Calvino está sendo traduzido pela editora Paraclétos, a partir da excelente edição inglesa, porém com referências as versões francesa e latina. Além, é claro, da erudição moderna. Dentro da perspectiva adotada, temos C. S. Lewis e Philip Yancey. Mesmo que o livro de Yancey não seja um comentário acadêmico, é uma boa introdução feita pelo colunista da revista Christianity Today.
Girard define o livro de Salmos como um espelho, pois, muitos têm encontrado no neste Livro, inspiração e consolo diante das dificuldades. Sendo que muitas das experiências ali encontradas são semelhantes aos dilemas de nossa atualidade. Desta forma o livro de Salmos, reflete aquilo que realmente somos, bem como nos desafia a olharmos com fé e esperança.
Assim é o Salmo 124 objeto desta exegese sendo um clamor pela justiça, mas acima de tudo um estímulo a não confiarmos nos homens, pois, são falhos e limitados, tendo a nossa fonte de esperança em Javé, Aquele que criou os céus e a terra.
Nesta exegese utilizar-se-á o método histórico-crítico.
II – TEXTO EM HEBRAICO E TRADUÇÃO
Salmos 124
1 א שִׁיר הַמַּעֲלוֹת, לְדָוִד: לוּלֵי יְהוָה, שֶׁהָיָה לָנוּ-- יֹאמַר-נָא, יִשְׂרָאֵל. 1. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:
2 ב לוּלֵי יְהוָה, שֶׁהָיָה לָנוּ-- בְּקוּם עָלֵינוּ אָדָם. 2. Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,
3 ג אֲזַי, חַיִּים בְּלָעוּנוּ-- בַּחֲרוֹת אַפָּם בָּנוּ. 3. Eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós;
4 ד אֲזַי, הַמַּיִם שְׁטָפוּנוּ-- נַחְלָה, עָבַר עַל-נַפְשֵׁנוּ. 4. As águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós;
5 ה אֲזַי, עָבַר עַל-נַפְשֵׁנוּ-- הַמַּיִם, הַזֵּידוֹנִים. 5. Sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.
6 ו בָּרוּךְ יְהוָה-- שֶׁלֹּא נְתָנָנוּ טֶרֶף, לְשִׁנֵּיהֶם. 6. Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles.
7 ז נַפְשֵׁנוּ-- כְּצִפּוֹר נִמְלְטָה, מִפַּח יוֹקְשִׁים:
הַפַּח נִשְׁבָּר, וַאֲנַחְנוּ נִמְלָטְנוּ. 7. Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.
8 ח עֶזְרֵנוּ, בְּשֵׁם יְהוָה-- עֹשֵׂה, שָׁמַיִם וָאָרֶץ. 8. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.
III – ASPECTO CONTEXTUAL DO LIVRO DE SALMOS
3.1 Característica Poética do Livro.
Uma apreciação dos princípios e da estrutura da poesia hebraica é essencial para a compreensão apropriada dos Salmos e sua interpretação. Também se torna necessária para perceber que aquilo que o Ocidente consagrou como poesia, tem pouca semelhança com aquilo que os hebreus entendiam com o vocábulo. A poesia hebraica teve grande popularidade em todo o antigo Oriente Próximo. É evidente a contribuição de Israel ao mundo cultural do seu tempo.
Na poesia hebraica não existe a rima, e é exato falar em ritmo do que em métrica. Sua característica mais importante é a repetição de idéias, denominada de Paralelismo. Uma idéia é afirmada e, logo em seguida, é novamente expressa com palavras diferentes, sendo que os conceitos das duas linhas se equivalem de forma aproximada.
Foi Robert Lowth , quem primeiro chamou a atenção para o princípio fundamental da poesia hebraica em seu Tratado de 1753. E classificou em três categorias os tipos de Paralelismo:
1 - Sinomínico: consiste em expressar duas vezes a mesma idéia com palavras diferentes, como em Sl 113.7. “Ele levanta do pó o necessitado. E ergue do lixo o pobre”.
2 - Antitético: é formado pela oposição ou pelo contraste entre duas idéias ou imagens poéticas, como em Sl 37.21. “Os ímpios tomam emprestados e não devolvem, Mas os justos dão com generosidade”.
3 - Sintético: aqui as duas linhas do verso não dizem a mesma coisa, mas antes, a declaração da primeira linha serve como base sobre a qual a segunda declaração se fundamenta. A relação é a de causa e efeito, como em Salmos 19.7-8.
“A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, E tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos”.
Outra característica da poesia hebraica para a qual devemos chamar a atenção é o emprego do arranjo acróstico ou alfabético. Existem nove salmos acrósticos no saltério. São eles: 9-10; 25; 34; 37; 111-112; 119 e 145.
Neste tipo de composição, as linhas ou estrofes iniciam cada uma, com letras em ordem alfabética. Essa técnica, a exemplo do paralelismo, auxiliaria na memorização e no ensino. Isto também pode sugerir-se que o assunto foi tratado de forma completa.
3.2 Classificação do Livro.
O modo como podemos classificar os salmos é diverso. Nenhuma classificação é perfeita, mas todas são úteis e necessárias para entendermos os temas e ênfases dos salmos.
O Sitz Im Leben expressão aplicada por Hermann Gunkel , originou um gênero utilizado pelos escritos bíblicos, a principal função e utilidade é moldar determinadas formas de se escrever a bíblia. Gunkel foi o pioneiro a elaborar um esquema de classificação que divide o livro em cinco principais categorias, a partir do seu lugar vivencial. Hinos para adorar a Deus; Lamentos comunitários; Salmos reais; Lamentos individuais; Ações de graças individuais.
Roland K. Harrison propõe a possibilidade duma classificação a partir da experiência religiosa. Classificando-os como: Salmos de oração (pedidos de proteção, libertação, intervenção ou bênçãos); de adoração, penitenciais; declaração de fé; Salmos homiléticos, imprecatórios; e problemas de ordem moral .
Arnold B. Rhodes, realiza uma classificação mais detalhada dos Salmos.
1. Hino de adoração
1.1. Adoração por motivos diversos: 100; 113; 117; 145, 150.
1.2. Adoração ao SENHOR da Criação: 8; 19; 29; 104.
1.3. Adoração ao SENHOR da história;
1.3.1. A história da salvação: 68; 78; 105; 106; 111; 114; 149.
1.3.2. O reinado de Deus: 47; 93; 96; 97; 98; 99.
1.3.3. O reinado dos ungidos: 18; 20; 21; 45; 61; 63; 72; 89; 101; 132; 144.
1.4. Adoração ao SENHOR da Criação: 33; 65; 103; 115; 135; 136; 146; 147; 148.
1.5. Adoração ao SENHOR de Sião;
1.5.1. Em geral: 46; 48; 76; 87.
1.5.2. Canções de peregrinos: 84; 122; 134.
1.5.3. Entrada em Sião: 15; 24.
2. Orações em tempo de aflição.
2.1. Lamentos do povo: 12; 44; 58; 60; 74; 77; 79; 80; 83; 90; 94; 106; 123; 137.
2.2. Lamentos individuais.
2.2.1. Em geral: 3; 5; 6; 13; 22; 25; 31; 39; 42–43; 52; 54-57; 61; 63; 64; 71; 86; 88; 120; 141; 142.
2.2.2. Protestos de inocência: 7; 17; 26; 59.
2.2.3. Imprecações contra os inimigos: 35; 59; 69; 70; 109; 137; 140.
2.2.4. Orações de Confissão: 6; 32; 38; 51; 102; 130; 143.
3. Declarações de fé: 4; 11; 16; 23; 27; 46; 62; 63; 90; 91; 121; 125; 131.
4. Cânticos de ações de graças.
4.1. Gratidão da comunidade: 67; 75; 107; 118; 124.
4.2. Gratidão individual:18; 30; 32; 34; 41; 66; 92; 116; 138.
5. Poesia sapiencial:1; 2; 37; 41; 49; 73; 111; 112; 119; 127; 128; 133; 139.
6. Liturgias.
6.1. Liturgias didáticas: 15; 24.
6.2. Hino e benção sacerdotal: 134.
6.3. Liturgias reais: 2; 20; 110; 132.
6.4. Liturgias proféticas.
6.4.1. Em geral: 12; 75; 85; 126.
6.4.2. Misto de Hino e oráculo: 81; 95.
6.4.3. Estilo livre de imitação de profecia: 14; 50; 82.
7. Poemas mistos.
7.1. Adaptação de materiais antigos: 36; 40; 89; 90; 107; 108; 144.
7.2. Composições autônomas: 9; 10; 78; 94; 119; 123; 129; 139.
3.3 Classificação dos Títulos.
Pode ser classificado como: natureza literária; e direção musical.
1 - De Natureza Literária: O título indica a natureza literária de cada Salmo. Há títulos descritivos da característica poética.
57 salmos são chamados de Mizmor. Referem-se à música que deve ser cantada acompanhada de instrumentos de cordas.
Shir cântico de qualquer qualidade ou espécie; ocorre 30 vezes (46; 120-134).
Miktam salmo com idéia de lamentação pessoal (16; 56-60).
Mashkil um cântico de especial qualidade, ocorre em 13 salmos, podendo significar vários tipos de cânticos: meditativos, didáticos (32).
Shiggayon só ocorre uma vez (7).
Tephillah significa “oração” (17; 86; 90; 102; 142). Tehillah significa “louvor”, somente ocorre uma vez (145), significa “louvor”.
2 - Direção Musical: O título também indica a direção musical de cada Salmo.
Lamnatseach é a palavra que vem ao titulo de 55 salmos. A Vulgata traduz “in finem”, e a Versão Almeida “para o cantor mor” (IBB), e “ao mestre de canto” (SBB).
Neginoth aparece em 6 títulos, sempre combinado com Lamnatseach. O termo significa “instrumentos de cordas”. Quatro dos títulos em que aparece, vem associado ao termo Mizmor.
‘Al hashsheminith ocorre duas vezes, nos Sl 6 e 12, significa “sobre a oitava”.
‘Al ‘alamoth se encontra no título do Sl 46, significa “instrumentos de cordas”.
Gittith aparece em três títulos, podendo significar “canção de vindima”.
Nehiloth só ocorre no Sl 5, é traduzido pela SBB “para flautas”.
Mahalath literalmente significa “doença, aflição”, possivelmente, indicava um salmo fúnebre. No título do Salmo 88 aparece como Mahalath Leannnoth, que a SBB (Sociedade Bíblica do Brasil) traduz “para ser cantado com cítara”.
Selah esta palavra não aparece nos títulos, mas no fim de algumas seções (Sl 46.7). É uma indicação musical, não para ser lida, mas significando uma pausa no cântico, para um interlúdio instrumental, ou, uma elevação de som (forte).
Esta palavra chama a atenção por ocorrer 71 vezes no Livro I, 30 vezes no Livro II, 20 no Livro III, e 4 no Livro V.
3.4 Divisão do Livro.
Salmos é dividido em 5 livros, que correspondem aos 5 livros da Lei:
Primeiro Livro: 1 – 41; Segundo Livro: 42 – 72; Terceiro Livro: 73 – 89; Quarto Livro: 90 – 106; Quinto Livro: 107 – 150.
Esta divisão não segue uma ordem cronológica; e nem por autoria. Também não está dividida por classificação literária. Não se sabe qual o critério adotado para esta divisão.
cada um dos 5 livros termina com uma doxologia especial a servir de conclusão a todo o Saltério.
Primeiro Livro: Sl 41.13 “Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, da eternidade para a eternidade! Amém e amém!”.
Segundo Livro: Sl 72.18-20 “Bendito seja o SENHOR Deus, o Deus de Israel, que só ele opera prodígios. Bendito para sempre o seu glorioso nome, e da sua glória se encha toda a terra. Amém e amém! Findam as orações de Davi, filho de Jessé.”
Terceiro Livro: Sl 89.52 “Bendito seja o SENHOR para sempre! Amém e amém!”.
Quarto Livro: Sl 106.48 “Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, de eternidade a eternidade; e todo o povo diga: Amém! Aleluia!”.
Quinto Livro: Sl 150.6 “Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia!”.
IV – CONTEXTO HISTÓRICO DO SALMO 124
O Sitz Im Leben expressão aplicada por Gunkel nos estudos bíblicos é caracterizada por uma descrição do contexto vital que originou um gênero utilizado pelos escritos bíblicos, ou seja, uma situação de vida que teve como principal função e utilidade moldar determinadas formas de se escrever a bíblia.
Desta forma o contexto de vida que gerou o Salmo 124 está na própria coleção deste Salmo, pois o texto em estudo é classificado como sendo cântico dos degraus, ou cântico de peregrinação.
Esta peregrinação, a qual a coleção de salmos faz referência, pertence a viagem rumo ao Templo em Jerusalém , ou foi associado a “ritos de peregrinos”.
A datação do Salmo 124 é enquadrada no período pós-exílio, principalmente pela sua forma de redação bem como pelo seu estilo.
As peregrinações ao Templo somente faz sentido quando o enquadramos dentro da sua “restauração”, porque no período chamado exílio o povo não tinha um templo, pois este havia sido parcialmente destruído.
Gottwald é um dos poucos estudiosos que faz uma datação mais precisa do livro de Salmos, sugerindo uma redação final por volta de 325 a 250 a.C.
4.1 Autoria do Salmo 124.
A autoria é atribuída a Davi, mas isso deve ser analisado com muito cuidado. Os estudiosos geralmente atribuem 73 salmos a Davi. Outros salmos de composição desconhecida são atribuídos a Davi pela força da tradição davídica, bem como por causa da “circunstância de sua redação” coincidir com as experiências do Rei de Israel.
O título introdutório (lê David) tem sentido duplo, principalmente porque foi descoberto textos ugaríticos que empregam o mesmo cabeçalho nos poemas com semelhanças com o livro de Salmos, tendo como principal objetivo não descrever a autoria do poema, mas sim fazer uma relação com o personagem principal do poema.
Desta forma os títulos não ajudam quanto à autoria do Livro de Salmos (neste salmo em específico), sendo que esta suspeita autoral é realçada pelo fato do título autoral ser uma inserção posterior.
A comunidade pós-exílica teve um papel importante em relação ao livro de Salmos, porque não apenas compôs alguns dos salmos, bem como os conservou, dando uma redação final aos salmos já conhecidos. Esta foi de fundamental importância para a “seleção de cânticos, que é fruto de vários séculos”.
Mas se não foi o Rei Davi que escreveu o Salmo 124, então quem foi o autor? Na verdade sua identidade é desconhecida. Apesar de não podermos falar precisamente a respeito deste autor, podemos estabelecer algumas características básicas acerca deste autor anônimo, para não identificá-lo com o rei Davi.
4.2 Período da Composição.
A coleção conhecida como “cântico dos degraus” que é formada pelos Salmos 120 a 134, pertence a “diversas famílias”.
Geralmente são escritos destacados pela sua brevidade do poema, tendo uma composição bem simples, mas que expressa o sentimento presente na comunidade pós-exílica.
Apesar de a linguagem ser geralmente expressa na 1ª pessoa do singular, são poemas que representam um coletivo. Apesar da datação da redação do Livro de Salmos ser definida por volta de 325 a 250 a.C., o texto provavelmente “nasceu” antes desta redação final. Como temos o conhecimento do contexto vivencial, pertencendo às peregrinações ao Templo, provavelmente o Salmo 124 teve origem em um período pós-exílio quando o sistema cultual reconstruído já estava reinstalado em Judá.
O período histórico compreendido no livro de Salmos foi um período importante dentro do ponto de vista intelectual, pois fomentou a redação de diversos textos dos livros do Antigo Testamento. O período pós-exílio é de poucas informações históricas concretas, mas há indícios que o templo foi reconstruído por volta de 520 a 515 a.C.
O culto no Templo reconstruído consistia em sacrifícios e orações em favor do rei. Quando o Templo foi finalmente reconstruído, apesar de ser inferior esteticamente ao do Rei Salomão, foi um momento de extrema alegria , pois além de verem um sonho realizado, relembrava a libertação do Império Babilônico sob o comando de Ciro, o persa.
Para entendermos melhor este sentimento de alegria presente nos corações da comunidade reunida em Jerusalém, devemos apresentar alguns dados a respeito da situação dos judeus sob o jugo babilônico.
A invasão em Judá se deu por volta de 587 a.C., a qual parte da população foi deportada para a Babilônia. Nesta invasão cidades foram destruídas e devastadas, sendo que “em muitos casos para não serem nunca mais reconstruídas”.
Como resultado direto deste confronto contra a Babilônia; muitos morreram de fome, de doenças, executados; ainda outros “procuravam salvar suas vida fugindo”, tendo uma parte dirigindo-se ao Egito.
De acordo com J. Bright a população em Judá foi reduzida drasticamente de 250 mil para 20 mil depois do retorno da Babilônia, mas era de camada rural. Segundo Donner “privadas de lideranças urbanas e incapacitadas de agir politicamente”.
Além dos tributos que a Palestina teve de pagar a Babilônia, a corvéia era maciçamente utilizada. Além disto, os edomitas lucravam às custa de Judá. Diante disso tudo, a população massacrada tinha uma vida dura “mais dura do que antes”.
Durante o período exílico, apesar da comunidade que restou ir ao Templo que estava em ruínas; não tinham uma liderança religiosa. Desta forma sonhavam com o momento da restauração do Templo.
Os que foram enviados para a Babilônia pertenciam e parte nobre da sociedade de Judá, apesar da humilhação a qual foram submetidos em meio a um povo pagão, tinham uma “certa liberdade”, pois viviam em colônias especiais, podendo se dedicar a agricultura, construir casas, enfim ganhar o seu próprio sustento, sendo até mesmo permitido a posse de escravos.
Apesar de tudo os exilados sonhavam com a restauração política de Judá, não aceitavam aquela situação em definitivo, pois eram “peregrinos em terra estrangeira” , basicamente os seus sofrimentos eram mais interiores, era mais relativo a distância de suas terra do que pela condição de vida na Babilônia, o aspecto positivo deste período foi de que apesar da condição de vida dura e miséria e opressão que o judeu estava submetido, foi um tempo de mudança e reflexão.
Com a morte de Nabucodonosor a Babilônia mergulhou em uma crise política profunda, tendo várias sucessões do reinado, vivendo momentos de instabilidade interna, sendo um ótimo momento para a invasão persa que se deu em definitivo em 539 a.C., sob o comando de Ciro.
Em 538 a.C., Ciro redige um decreto autorizando a reconstrução da comunidade judaica, bem como o culto na Palestina.
Como podemos observar a comunidade na Babilônia sonhava com a restauração política e social em Judá. A comunidade que restou em Judá também sonhava só que com o Templo reconstruído.
Este projeto de reconstrução do Templo não foi uma execução pacífica, pois Esdras 4.1-5 narra a existência de conflitos neste projeto.
Desta forma, pode-se dizer que o período exílico fomentou na comunidade judaica a esperança de dias melhores, esperança de restauração social, política e religiosa; esperança da reconstrução da comunidade devastada e destruída.
O povo que fora subjugado, agora tinha esperanças de mudanças. Esta é a visão do Salmo 124, o qual o escritor relata que diante dos inimigos o povo foi liberto, escaparam, fugiram. Sob Ciro, o persa, o povo “cativo” retornou.
No campo religioso a fé na restauração da comunidade, ainda conferia coragem e resistência diante os açoites dos dominadores. O Salmo 124 foi de extrema necessidade e importância porque sinalizou a paciência da tribulação e confiança na libertação divina.
4.3 Análise Sociológica Pós-Exílio.
A comunidade pós-exílica foi, sobretudo caracterizada pelo fim da monarquia em Israel, daí por diante foi parte da integração dos impérios dominadores tais como: persa, ptolomeus e selêucidas.
Neste período da história de Israel os clãs e anciãos eram aqueles que “representavam o povo junto às autoridades” , não há nação de Estado em Israel. A família em Judá passava por momentos difíceis, principalmente porque já não tinha voz para corrigir as falhas no âmbito familiar. Assim fora transferida a responsabilidade aos Anciãos da cidade. Também era comum a ocorrência de casamentos entre judeus e estrangeiros, prática desenvolvida no exílio.
Assim o sentimento de solidariedade na família se definha, cresce progressivamente o afastamento da família. A vingança é limitada à prática “estatal” e cidades de refúgio são construídas para tratar do problema da vingança. A nação do go’el que tem o sentido de “resgatador”, “protetor” que pertencia à família, é distanciado da prática social, sendo transferido a Javé, pois quando a família falha, não se pode contar com mais ninguém, senão Javé o Vingador, Salvador do seu povo.
No limite da autonomia religiosa bem como cultural que ainda se conservava, os judeus pertenciam a uma comunidade religiosa sob o governo sacerdotal.
Desta forma, a Monarquia desapareceu do cenário político em Judá. A principal forma do governo persa se dava em administrar as regiões em satrápias, formando cada uma delas uma província. Desta forma a liderança judaica se dava através de responsabilidades delegadas a governadores e sacerdotes , sendo que o aparato real foi transferido aos sumos sacerdotes, como sendo o chefe da nação, o representante diante de Deus.
Este desenvolvimento sacerdotal “real” se deu gradativamente, chegando até o ponto de “assumir funções administrativas”.
Desta forma, o Templo assume uma atividade daqueles que estiveram exilados, com o apoio direto do Império Persa, neste período então a pureza racial era acima de tudo uma arma utilizada pelos “exilados nobres”.
O período pós-exílico ficou caracterizado com sendo um período sob o qual o império participava com altos investimentos financeiros, mas o Templo além destas “generosas contribuições” também sobrevivia graças às contribuições voluntárias e “oferendas votivas, o resto ia para os sacerdotes”. Além dos sacerdotes a cidade era formada por cidadãos, homens livres que tinha por incumbência manter a dominação do império, também eram chamados de “notáveis” ou nobres, tendo privilégios, bem como direitos transmitidos aos seus descendentes a fim de manter a dominação.
Neste sentido os notáveis, ou os nobres como diz Vaux, ou cidadãos como denomina Pixley fazem parte da tão conhecida classe social rica, que não mediam esforços para manter os seus lucros, apoderando-se dos pobres “em emboscadas de aldeias”.
Ainda outros, pelo modelo grego adotado foram recrutados para o exercício militar, fazendo assim parte da ditosa nobreza.
Além dos chamados cidadãos, a sociedade era formada de assalariados, homens livres contratados para trabalharem por tempo ajustado, bem como com direito a pagamento. Geralmente este trabalho era exercido por estrangeiros residentes na Palestina ou estrangeiros em passagem pela região.
Havia também escravos domésticos, geralmente estrangeiros dedicados a produtividade da cidade, mas não podia ter voz na sociedade.
Desta forma, os verdadeiros habitantes daquela sociedade eram aqueles que viviam na cidade, que mantinham os escravos e diaristas em sua submissão.
Uma parte da comunidade viva em descontentamento porque se viam empobrecidas pelos altos tributos, transformando assim a terra em uma mercadoria para pagar as dívidas, até mesmo em objeto de confisco pelos ricos.
Ainda como fonte de renda, no período pós-exílio os artesãos se organizaram em “corporações”, de acordo com as famílias das artes adotadas, tendo até mesmo chegado ao ponto de organizarem-se em uma regulamentação própria.
Desta forma os pobres eram “indivíduos indefesos precisamente por estar isolados da sociedade”, sendo comum a idéia que, eram sofredores por causa do seu pecado cometido contra Javé.
A espiritualidade desenvolvida a partir dos textos pós-exílios e principalmente pelo saltério, caracteriza-se, sobretudo pela luta em mostrar que Javé também está ao lado do pobre e oprimido, não os abandonou ao relento.
Como em toda luta social podemos dizer que “tensões, crises, e rupturas na ordem social... atormentavam toda a comunidade” , principalmente do conflito de classes, a qual “o enfrentamento do povo humilde do campo contra os exilados que voltaram a instalar em Jerusalém, durante a dominação persa. Voltavam com a proteção do império”.
Como resultado desta política geradora de pobres e endividados, havia várias formas de injustiças sociais, bem como a degradação ecológica.
4.4 A Função do Salmo 124.
O Salmo 124 está dentro do último livro que compreende os capítulos 107 a 150.
O V livro de Salmos sugere uma redação para apresentar, bem como descrever quem são aqueles denominados redimidos do Senhor (Sl 107). Em contraposição apresenta o julgamento dos gentios (Sl 149). Esta divisão está presente no sumário apresentado por Weiser.
Desta forma, a função principal do Salmo 124 no livro todo, é descrever a situação que os redimidos de Javé estavam submetidos e foram libertos por Javé, bem como apontar para o fato que o julgamento de Javé já fora iniciado.
Para isso, o salmista utiliza uma linguagem simples, própria da comunidade popular, buscando nas imagens da tradição judaica subsídios para aprofundar aspectos importantes que possivelmente não necessitavam de maiores explicações.
O estilo próprio do autor é como sugere Schokel, são citações de memória para assim deixar o leitor à vontade, “em casa”.
V - DELIMITAÇÃO DA PERÍCOPE
Delimitação da Perícope é necessária, pois pressupomos que toda passagem bíblica tem uma unidade literária. E para melhor compreender a perícope objeto do nosso estudo, se faz necessário atentar para alguns detalhes de crucial importância.
A perícope inicia com uma chamada ao louvor, sendo expresso em uma fórmula litúrgica, o qual o oficiante entrava no lugar de culto da comunidade reunida exclusivamente para este propósito. Desta forma o convite é respondido pela comunidade em forma de cântico.
A primeira pergunta que se faz ao ler o Salmo 124 talvez seja: quem são estes adversários descritos no v.1. Na Análise Gramatical observa-se que (~d'a') é uma palavra utilizada para expressar uma coletividade em suas diversas formas de relacionamentos.
E ao analisar a natureza sociológica, observa-se a dominação social que era patrocinada pelo Império Persa, e mantinha o seu poder nos territórios conquistados através das satrápias. Utilizavam nesta dominação os chamados notáveis, a nata da sociedade que oprimia os dominados em busca de aumentar os seus lucros, bem como “compravam” aqueles que deveriam exercer a defesa do direito social.
Esta linguagem de direito pode-se ver claramente na análise a palavra ~WqßB, que tem um vínculo judiciário, o qual os notáveis subornavam os Anciãos para manipular as suas vítimas.
Como o Cântico de Romagem ou Peregrinação foi escrito no ambiente familiar, as vítimas não poderiam ser outro senão as famílias abandonadas, perseguidas por estes “inimigos” hostis, sendo reduzida a situação de pobreza. Assim, foram vítimas dos homens, vítimas dos seus inimigos, sendo reduzidas a situação de desamparo, miséria, opressão, subjugado.
Além desta visão de extrema opressão, o desamparo também é percebido nas entrelinhas da perícope, porque além desta situação de miséria, o direito de resgate foi deixado de lado, o socorro à família em necessidade, pelo parente mais próximo foi desprezado. Isto significa que os vínculos familiares estavam quebrados.
Esta situação de opressão e injustiça social é descrita através de três metáforas:
1. Um perigo iminente (v. 2b e 3): na análise de conteúdo pode ser observado que há claros indícios quanto a tradição do Sheol, ou seja, o mundo dos mortos estava aguardando as vítimas. Aqui o Sheol é uma descrição metafórica de uma sociedade sem vida, caótica, inabitável.
2. Um efeito destruidor (v. 4 e 5): nesta metáfora pode-se observar que a situação caótica dos opressores, que não mediam esforços para se voltar contra as suas vítimas. Na Análise Lexicográfica, e em outros contextos, há referências que também sugerem a imagem de guerra, o qual as lanças atravessam as vítimas. Seja como for as duas interpretações são possíveis, destacando assim a fúria dos inimigos, dos adversários, fazendo alusão a uma conquista irresistível e implacável.
3. Uma cilada montada (v. 6 e 7): a metáfora faz alusão a uma “arapuca” ou armadilha que fora montada para capturar pássaros, para assim fazer uso daquilo que as vítimas poderiam oferecer. Mas em meio aos poderes humanos, às tentativas da opressão humana, Javé age em favor do oprimido, quebrando o laço, desfazendo assim aquela armadilha. Desta forma, diante da fragilidade humana Javé julga retamente a causa e confere liberdade aos que nEle confiam.
Como resultado desta libertação concedida por Javé, mesmo não sabendo muita coisa historicamente a respeito desse evento libertador, o salmista exalta o nome de Javé, como reconhecimento da sua ação: Louvado seja Javé porque nos libertou, não fomos entregues nas mãos de nossos opressores, nosso auxílio está no Nome de Javé. Em outras palavras o poder hostil dos homens não é nada diante do poder de Javé.
Diante dos homens que se levantam contra os desfavorecidos com as suas falsas acusações, Javé defende a causa diante do tribunal judicial, Javé se apresenta como o g’oel – o resgatador -, aquele que resgata, “liberta o ser humano da situação de aflição” unindo assim suas vozes à de Jó: “eu sei que o meu g’oel vive” (Jó 19.25).
O resgate é encontrado em Javé trazendo ajuda na injustiça, amparo, salvação aos oprimidos, restitui o direito do pobre, livrou do mundo dos mortos.
O Salmo 124 traz em sua estrutura, algumas marcas importantes e visíveis acerca de ser uma perícope autônoma. Dentre elas pode-se perceber as seguintes:
a) O Salmo é introduzido pelo título: “Cântico dos Degraus”; isto é um indício claro que houve o término do salmo anterior, e é iniciado um salmo independente, ou mais precisamente, um novo cântico é apresentado;
b) O gênero literário do Salmo 124 é classificado como sendo: “Cântico de Ação de Graças ou Louvores Declarativos” , ou como “Cântico de Ação de Graças Coletivo” , ao passo que o Salmo 123 é classificado pertencendo à categoria de lamentação e o Salmo 125 pertence ao gênero literário de confiança. Desta forma, os diferentes gêneros literários apontam para unidades independentes entre si, apesar de pertencerem a uma mesma coletânea de hinos;
c) Como o gênero literário é diferente, logo o assunto presente no Salmo 124 é diferente do precedente, bem como diferente do posterior;
d) Percebemos no Salmo em estudo uma marca terminal importante. Esta função terminal descreve o sentimento de libertação, decorrente da situação descrita pelo salmista no texto;
e) O Salmo 125 é iniciado por outra fórmula introdutória : “Cântico das Subidas”, sendo um indício claro que o Salmo 124 foi terminado.
Por estas características marcantes podemos afirmar que o Salmo em estudo é uma unidade literária de sentido pleno.
A perícope, possivelmente foi originada por algum representante de família, este fato pode ser observado melhor quando de posse dos Cânticos de Romagem, percebemos uma linguagem própria do contexto familiar como, por exemplo: o contexto de casa expresso no Sl 123; o trabalho no campo descrito no Sl 126; a edificação da casa no Sl 127; a convivência em família no Sl 128; a angústia pelo trabalho agrícola que não deu sua colheita no Sl 129; a criança desmamada no Sl 131; ensinamento da aliança aos filhos no Sl 132; a união familiar no Sl 133.
Este salmista representante do grupo familiar, parte da tradição do Templo que é típico da tradição sacerdotal pré-exílica, enfatizava entre outras coisas que Javé estava centralizado no Templo para assim autenticar a monarquia. Essa tradição sacerdotal é abandonada pelo autor da perícope, assumindo um novo pensamento: Javé está presente ao lado daqueles que invocam o Seu Nome.
Uma outra tradição presente na perícope é do julgamento de causa que no período pré-exílico pertencia ao aparelho ideológico da monarquia. O autor da perícope, possivelmente analisou como o tribunal estava pervertido e contaminado pelas práticas abusivas, principalmente se colocando ao lado dos poderosos que subornavam os juízes.
Apesar deste favorecimento ilícito Javé defendeu a causa da família, apontando assim para a solidariedade em família como caminho possível para resistir um sistema de tribunal perverso.
VI - GÊNERO LITERÁRIO
O gênero literário deste Salmo é classificado como sendo: “Cântico de Ação de Graças ou Louvores Declarativos” , ou como “Cântico de Ação de Graças Coletivo”.
6.1 Análise Gramatical.
Esta seção preocupa-se com o aspecto gramatical da língua hebraica, por isso, se faz necessário analisar as seguintes palavras:
ryvi subs. Masc. Sing. cs = canto de
tAl[]M;h; art+subs. Fem. pl = os degraus
dwId'l. prep+ nome próprio = de Davi.
Apesar de o título referir-se Davi, conforme explicação anterior, ele não é o autor.
1 א שִׁיר הַמַּעֲלוֹת, לְדָוִד: לוּלֵי יְהוָה, שֶׁהָיָה לָנוּ-- יֹאמַר-נָא, יִשְׂרָאֵל.
1 yleWl conjunção = Se não fosse
hw"hy> nome próprio = Javé
hy"h'v, part+ v. qal c. 3p.sing.masc (hyh) = que esteve
Wnl' prep+sufixo 1ª p. pl = junto a nós
rm;ayO v. qal inc. 3a p.sing (rma) = disse
an"- part. Enfática = assim
`laer'f.yI nome próprio = Israel.
2 ב לוּלֵי יְהוָה, שֶׁהָיָה לָנוּ-- בְּקוּם עָלֵינוּ אָדָם.
2 yleWl conjunção = Se não fosse
hw"hy> nome próprio = Javé
hy"h'v, part+ v. qal c. 3p.sing.masc (hyh) = que esteve
Wnl' prep+sufixo 1ª p. pl = junto a nós
~WqßB. prep+ v.qal inf. Cs. (~Wq) = ao se levantarem
Wnyle[' prep+suf. 1ª p. pl = contra nós
`~d'a'. sub. Masc. Coletivo = homens.
3 ג אֲזַי, חַיִּים בְּלָעוּנוּ-- בַּחֲרוֹת אַפָּם בָּנוּ.
3 yz:a] adv. Tempo = então
~yYIx adj. Pl. = vivos
WnW[l'B v.qal c. 3ª p.pl + suf. 1ª p.pl ( [l'B) = teriam nos engolido
tArx]B;.; prep+ v.qal inf. cs (hrx) = ardendo
~P'a; sub. masc. sing. + suf. 3ª p. pl = sua ira
`WnB' prep+suf. 1a p.pl = sobre nós.
4 ד אֲזַי, הַמַּיִם שְׁטָפוּנוּ-- נַחְלָה, עָבַר עַל-נַפְשֵׁנוּ.
4 yz:a] adv. Tempo = então
~yIM;h; art+sub. mas. pl = as águas
WnWpj'v. v.qal c. 3ª p.pl.c. + suf. 3a p.pl (@'jv) = teriam nos levado
hl'x.n: sub. mas. sing + suf. fem. sing. = sua torrente
rb;[' v.qal c. 3ª p.m.sing (rb;[ ) = atravessaria, cobriria
l[; prep = sobre
`Wnvep.n: sub. fem. sing + suf. 1ª p. pl.c. = nosso ser (cadáver, vida).
5 ה אֲזַי, עָבַר עַל-נַפְשֵׁנוּ-- הַמַּיִם, הַזֵּידוֹנִים.
5 yz:a] adv. Tempo = então
rb;[' v.qal c. 3ª p.m.sing (rb;[ ) = atravessaria, cobriria
l[; prep = sobre
Wnvep.n: sub. fem. sing + suf. 1ª p. pl.c. = nosso ser (cadáver, vida)
~yIM;h; art + sub. mas. pl = as águas
`~ynIAdyZEh art + adj. mas. pl = impetuosas.
6 ו בָּרוּךְ יְהוָה-- שֶׁלֹּא נְתָנָנוּ טֶרֶף, לְשִׁנֵּיהֶם.
6 %WrB' v.qal passivo = Lovado seja
hw"hy> nome próprio = Javé
aL{v, prep + part. negativa = pois não
Wnn"t'n> v.qal c. 3ª p + suf. 1a p.pl (!tn) = nos entregou
@r,j, sub. Mas.sing. cs = vítima (presa) de
`~h,yNEvil. prep + sub. mas. Pl + suf. 3ªp.m.pl = aos seus dentes.
7 ז נַפְשֵׁנוּ-- כְּצִפּוֹר נִמְלְטָה, מִפַּח יוֹקְשִׁים: הַפַּח נִשְׁבָּר, וַאֲנַחְנוּ נִמְלָטְנוּ.
7 Wnvep.n: sub. Fem. sing,cs + suf. 1ª p.pl.c = nossa vida
rAPciK. prep + sub. fem. sing = como pássaro
hj'l.m.nI v. niphal c. 3ª p. f. sing (jlm) = escapou
xP;mi prep + sub..mas. sing. cs = da armadilha
~yviq.Ay v.q.particípio mas.pl (vqiw) = que foi armada
xP;h; art + sub.mas. sing. = o laço
rB'v.nI. v.qal particípio mas. sing (rBv) = foi quebrado
Wnx.n:a]w: vav conj. + pronome 1a p.pl.= e nós
`Wnj.l'm.nI v. niphal comp.1ª p.c.pl (jlm) = escapamos.
8 ח עֶזְרֵנוּ, בְּשֵׁם יְהוָה-- עֹשֵׂה, שָׁמַיִם וָאָרֶץ.
8 Wnrez>[, sub. mas. sing. + suf. 1a p.pl = (o) nosso auxílio
~veB prep + sub. mas. sing. cs = em nome de
hw"hy> nome próprio = Javé
hfe[o v.q. particípio mas. sing. (hf[) = que fez
~yIm;v' sub.mas.sing. = céu
`#r,a'w" vav conj + art. + sub.fem.sing. = e a terra.
6.2 Estudo das Palavras.
Esta parte da exegese concentra-se no estudo das palavras diante dos vários significados que ocorrem na Bíblia como um todo, em contextos diferentes, ou semelhantes da perícope estudada:
a1) hy"h'v: Como podemos verificar, é uma partícula relativa, segundo Schökel é equivalente a rvea}, sendo usado mais freqüentemente a partir do Sl 122. rvea} normalmente é utilizado para alterar o sentido de uma unidade qualquer, tendo uma relação estreita com a palavra precedente, no nosso caso, hw"hy>. Desta forma Javé não somente esteve junto à comunidade do salmista, mas quer indicar especificamente “aquele que” esteve junto da comunidade em um momento singular, específico.
a2) ~yYIx: É um adjetivo plural. Neste caso, este adjetivo foi utilizado pelo salmista para assumir uma função predicativa, tendo assim a intenção de se relacionar a intensidade da ira dos homens que se levantaram sobre aqueles que são denominados “nós”, sendo assim uma grande ameaça à vida.
a3) Wnvep.n: Substantivo feminino singular, seguido de sufixo de 3a pessoa comum singular. Normalmente é traduzido como respiração, alento, garganta, pescoço, mas também pode ser traduzido como sendo alma como princípio de vida. Desta forma Wnvep.n: está intimamente vinculada com a idéia de salvação, neste contexto a melhor tradução seria vida. Outro uso da palavra presente em Pv 1.12 apresenta a possibilidade de ser tragado vivo, lançado no Sheol fruto da tradição presente em Nm 16.33.
b1) ~d'a': Geralmente é traduzida como homem, tendo o “significado genérico ou específico, coletivo” , apresentando assim um “significado coletivo”. O vocabulário é utilizado para se destacar o fato que o homem é um ser criado, desta forma é um ser que aparece e comporta-se em diferentes relacionamentos sejam eles: familiar, politicamente, convivência com a sociedade como um todo. Desta forma o homem não existe por si mesmo, é um ser limitado, mas sua existência é diante da presença de Deus.
b2) hw"hy>: É utilizado para designar o nome de Javé, como tendo significado para a autorevelação divina, bem como a relação pessoal entre Javé e seu povo. Aparece mais ou menos 210 vezes em Salmos, dentro do gênero de oração . Quando é usado nos gêneros de lamentação ou ação de graças, está dentro do contexto do indivíduo que se preocupa diante da ameaça de morte à sua frente, ou mais precisamente de ser entregue ao Sheol como significando o mundo inferior.
b3) ~WqßB: É um verbo de ação que tem um significado em associação com a preposição b levantar-se contra , além deste sentido é significativa a posição dos estudiosos Jenni & Westermann ao sugerir que a preposição sugere um vocabulário judicial, determinando assim uma acusação diante do tribunal.
b4) WnW[l'B: Significa devorar, engolir. Está associado com o adjetivo plural vivos. Em duas passagens no AT, Javé fez a terra abrir-se engolindo assim, grupos de pessoas ainda vivas. Ex 15.12 e Nm 16.30, aludindo assim ao Sheol.
b5) rb;[': Tem o significado de “um corpo móvel atravessa um espaço fixo”. Desta forma o sentido pode fazer referência tanto a quebra de um direito legal seja ele transgredir, violar ou quebrar , quanto pode também ser usado em um sentido mais específico de conflito armado significando assim atravessar com a lança.
b6) ~ynIAdyZ: E tem o significado de orgulhosas, referindo-se às águas representa um problema avassalador, deve-se notar que a palavra como adjetivo ocorre somente nesta passagem em todo o Antigo Testamento , tendo o objetivo de descrever alguém lançando um poder contra outra pessoa até o ponto de matá-la.
b7) @r,j,: Significa basicamente vítima, ou mais precisamente “apanhar uma criatura por meio da rapinagem, dilacerar a carne e consumi-la”, sendo uma forma para ilustrar conquistas e destruições de pessoas.
b8) ~h,yNEvil,: A palavra vem seguida da preposição l, tendo significado de aos seus dentes, um uso interessante da mesma palavra se encontra em Sl 120.4 no contexto de afiar espadas e flechas.
b9) hj'l.m: Tem o sentido básico de ser libertado, fugir, usado geralmente para se destacar o livramento de uma ameaça da morte , sendo em alguns lugares a raiz verbal é substituta para expressar o significado teológico de Sheol.
6.3 Análise Textual.
A única variante do texto objeto de nosso estudo aponta para a omissão da preposição “l” e do nome próprio “dwId”. A omissão é testemunhada em poucos manuscritos hebraicos medievais, em cerca de 3 a 10 manuscritos aproximadamente, na melhor versão da Septuaginta.
O texto massorético apresenta a seguinte leitura: dwId'l. tAl[]M;h; ryv. Desta forma, testando a variante pelos manuscritos apontados pela BHS teremos a seguinte tradução: Canto dos degraus.
Os manuscritos do mar Morto além de sua importância arqueológica deram uma contribuição importante para a Crítica Textual, principalmente porque quando comparados com os manuscritos hebraicos medievais “coincidiam substancialmente com o texto massorético”.
A LXX versão grega do texto bíblico hebraico, foi iniciada no século III a.C., tendo a sua forma final nos finais do século II a.C. É uma tradução importante tanto pela sua antigüidade, quanto pelo fato de teve acesso a um texto hebraico diferente do texto utilizado pelos massoretas.
Segundo Barrera a coincidência das variantes dos manuscritos hebraicos medievais com a LXX, aponta para um texto diferente do texto massorético, podendo assim “remontar” a formas pré-massoréticas do texto hebraico massorético.
Além destes aspectos externos da crítica textual, a variante em questão nos confronta com a regra da exegese que sinaliza a antigüidade do texto baseado na sua forma mais breve, pois a tendência dos copistas seria acrescentar ao invés de suprimir.
Possivelmente algum copista introduziu a preposição com o nome próprio, para sugerir a autoria davídica do salmo 124. Mas as especificações históricas presentes no livro de Salmos, mais precisamente no cabeçalho de cada salmo “foram acrescentadas posteriormente... de pouco valor histórico”.
De acordo com o exposto acima, pelos critérios observados tanto externos quanto internos, pode-se considerar favorável a sugestão da variante testemunhada pelos manuscritos hebraicos medievais e Septuaginta.
Desta forma o versículo fica assim: tAl[]M;h; ryv. Tendo a tradução “Canto dos degraus”.
VII - ESTRUTURA DO TEXTO
7.1 Segmentação Textual do Salmo 124.
tAl[]M;h; ryvi dos degraus cântico
Wnl' hy"h'v, hw"hy> yleWl. 1 junto a nós que esteve Javé Se não fosse
`laer'f.yI an"-rm;ayO. Israel assim disse.
Wnl' hy"h'v, hw"hy> yleWl. 2 junto a nós que esteve Javé Se não fosse
`~d'a' Wnyle[ ~WqB. a homens contra nós ao se levantarem
W[l'B. ~yYIx; yz:a] 3 b teriam nos engolidos vivos então
`WnB' ~P'a; tArx]B; sobre nós é sua ira ardendo a’
WnWpj'v. ~yIM;h; yz:a] 4 b’ teriam nos levado as águas então
Wnvep.n:-l[; rb;[' hl'x.n: c o nosso ser sobre atravessaria sua torrente
Wnvep.n:-l[; rb;[' yz:a] 5 c’ o nosso ser sobre atravessaria então
`~ynIAdyZEh ~yIM;h; b’ ; impetuosas as águas
Wnn"t'n> aL{v, hw"hy> %WrB' 6 nos entregou pois não Javé Louvado seja
`~h,yNEvil. @r,j, a aos seus dentes (por) presa
hj'l.m.nI rAPciK. Wnvep.n: 7 b escapou como pássaro nossa vida
~yviq.Ay xP;mi b' que foi armada da armadilha
B'v.nI xP;h; b’’ foi quebrado o laço
`Wnj.l'm.nI Wnx.n:a]w: b’ escapamos e nós
hw"hy> ~veB. Wnrez>[, 8 Javé (está) no nome de o nosso auxílio
`#r,a'w"" ~yIm;v' hfe[o e a terra céu que fez.
Para uma facilitação do entendimento da segmentação do texto, segue uma seção em português, observando a segmentação existente no hebraico analisado.
Cântico dos degraus.
1 Se não fosse Javé que esteve do nosso lado: Assim disse Israel.
2 Se não fosse Javé que esteve do nosso lado
a quando os homens levantaram-se contra nós
3 b então teriam nos engolido vivos
a’ ardendo sua ira sobre nós.
4 b’ então as águas teriam nos levado
c sua torrente atravessaria o nosso ser
5 c’ então cobriria todo o nosso ser
b’ as águas impetuosas.
6 Louvado seja Javé
a pois não nos entregou (por) presa aos seus dentes
7 b nossa vida escapou como pássaro da armadilha
b’ que foi armada da armadilha
b’’ foi quebrado o laço
b’ e nós escapamos.
8 Nosso auxílio está no nome de Javé que fez céu e a terra
7.2 Paralelismo Textual.
Através da segmentação do texto em análise, pode-se observar a ocorrência de vários paralelismos. Sendo os principais:
1) Os v. 2 a 4 apresentam um paralelismo parabólico, pois, apresenta a situação de perigo, o qual está representado pelos homens que se levantaram contra Israel, fazendo a comparação da situação com as águas em grande volume.
2) Os v. 5 a 7 também apresentam um paralelismo parabólico, agora descreve a libertação de Javé em meio aos inimigos, usando a comparação com a armadilha que fora armada para apanhar pássaros. Podemos também observar a presença de um paralelismo antitético formado pelos v. 6 e 7.
A presença do paralelismo ajuda a constatar que a construção do texto é em linguagem poética, estilo bem presente na literatura hebraica. E além dessa presença, a própria classificação do livro dos Salmos ajuda nesta definição; porque como sabemos que o Saltério é um conjunto de hinos tendo o seu uso principalmente no culto. Por ser hino tem uma linguagem poética própria extraída da vida cotidiana.
O texto massorético também é disposto em forma poética. Esta opinião é seguida pelas edições comerciais: Bíblia de Jerusalém e a TEB - Tradução Ecumênica da Bíblia.
Partindo da consideração que o Saltério é uma coleção tendo o seu uso principalmente no ambiente cultual, e os participantes deste culto são pessoas que fazem parte de uma comunidade ritual comum, os salmos são produtos “dos múltiplos aspectos assumidos pela vida religiosa de Israel no volver dos séculos”.
7.3 Classificação Textual.
Dentro da coleção maior (Salmos), há subdivisões específicas de acordo com características e estilos comuns presentes nos salmos, formando assim um “catálogo”. Desta forma o Salmo 124 em uma classificação mais restrita e contextual de sua formação, está em um conjunto menor classificada pelos estudiosos como sendo: Cânticos de Romagem ou Cânticos dos Degraus.
Ainda dentro deste subgrupo classificado por Cântico dos Degraus, há a classificação por gêneros literários específicos de cada Salmo.
Nesta classificação mais pormenorizada o Salmo 124 é classificado como Cântico de Ação de Graças Coletivo ou Cântico de Ação de Graças Comunais ou Louvores Declarativos como descrito por Gottwald.
O cântico de ação de graças coletivo ou até mesmo individual, apresenta marcas próprias, apresentando a seguinte estrutura básica.
a) Introdução é anunciado no cântico o motivo pertinente do agradecimento, bem como comunicando o seu propósito;
b) Narrativa é a parte principal do cântico, pois nela se apresenta as situações que motivaram o agradecimento, frente a uma situação de extrema tristeza e lamento.
c) Conclusão retoma o motivo de louvor apresentado na introdução.
7.4 Estrutura Textual.
Assim no texto em estudo pode-se verificar a seguinte estrutura textual:
i – Introdução.
a) Louvor em reconhecimento à presença de Javé v. 1 e 2ª.
ii – Narrativa.
b) Descrição de situação do passado, em meio aos inimigos v.2b a 7;
b.1) um perigo iminente v. 2b a 3;
b.2) um efeito destruidor – comparação com água torrencial v.4 e 5;
b.3) uma cilada montada – comparação com “arapuca” v. 6 e 7;
b.4) Em meio aos inimigos Javé Liberta v. 6 e 7;
iii) Conclusão.
a) Louvor pelo auxílio recebido de Javé v. 8.
Como resultado da observação na segmentação do texto, o que dá unidade e coesão para o texto é o fato que cada nova unidade textual (i,ii,iii) é iniciada com Javé, e também pudemos observar que todos os versículos são marcados pela presença do sufixo (Wn) de primeira pessoa plural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A perícope do Salmo 124 mostra coesão em seu texto, sendo assim é uma unidade literária. Em primeiro momento, pode-se observar que o salmista chama a atenção quanto ao fato da presença de Javé junto ao seu povo.
“Se não fora o Senhor” essa não é expressão individualista do salmista, pelo contrário é fruto de reflexão comunitária, mais precisamente de famílias que foram reduzidas a situações de escravidão, ou bem próximas desta situação de opressão, bem como as injustiças que estão bem presentes no cenário político, social e econômico, “diga Israel: Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, Eles nos teriam tragado vivos”.
O Salmo mostra ser um texto coeso pelas seguintes considerações: Os verbos que aparecem ao longo do texto, geralmente estão na conjugação da 3ª pessoa, para isso utiliza o singular como o plural; O sufixo (Wn) funciona como elemento que fornece a coesão textual perpassado todo o Salmo; O gênero literário utilizado pelo autor tem partes bem definidas, e caso o Salmo tivesse sofrido acréscimos ou supressões, este fato poderia alterar a forma do poema, bem como o gênero literário;
Desta forma, a perícope estudada tem indícios que apontam para um sentido bem coeso, tendo como personagem central pessoas que estavam vivendo uma situação de extrema servidão, sendo liberto por Javé; essa libertação é motivo para expressar ações de graças no âmbito coletivo, rumo ao Templo.
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Pitante, estas elucidações que aqui colocaste para mim foi uma profunda aula, estou tentando compor alguns salmos e isto foi esclarecedor, passarei por aqui sempre, forte abraço, bj
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